"news_bold">"O contexto de inibição das visitas tem de ser repensado e está a ser repensado. Não podemos subtrair às pessoas que estão em estruturas residenciais para idosos, a visita dos seus próximos durante toda a epidemia. Mas temos de encontrar estratégias que permitam que tudo se faça em segurança", disse a ministra da saúde.
A governante, que falava aos jornalistas na conferência de imprensa diária sobre a evolução da pandemia em Portugal, respondia assim à Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) que hoje defendeu que é preciso "apontar uma data" para a retoma das visitas, considerando que "hoje era já um dia bom", com a celebração do Dia da Mãe.
"Com testes feitos [da covid-19], doentes a serem tratados como devem ser tratados, com equipamentos de proteção individual, com distanciamento assegurado, penso que o dia 03 de maio, dia de hoje, era já um dia bom para isso, não é possível, mas é o Dia da Mãe, era uma forma concreta de o podermos celebrar", afirmou à agência Lusa o presidente da CNIS, Lino Maia, reforçando que tal "não é possível", porque "não está decidido".
Marta Temido recordou que no contexto de lares "estão, de entre todos, alguns dos mais vulneráveis pela sua idade e pelas comorbilidades associadas" e referiu a institucionalização em residências seniores em Portugal, mas também em outros países.
"Em Portugal, como em Espanha, como em Itália e como em França, este foi um contexto específico que motivou da parte das autoridades sanitárias e sociais preocupações específicas (...). Iremos nos próximos dias partilhar com todos [as novas regras e medidas]", disse a ministra da Saúde.
Quanto aos testes realizados nos lares, a governante garantiu que "o processo tem evoluído muito bem" e revelou que "há um conjunto de regiões que já têm todos os profissionais testados", recordando que estes profissionais são "provavelmente o maior veículo de contágio".
Também sobre esta matéria, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, aproveitou para reiterar os apelos de que a realização de testes em lares seja acompanhada de outras medidas de prevenção de contágio.
"A diretora-geral da saúde nunca desvalorizou a realização de testes em lares. Temos acompanhado a evolução destes testes em profissionais assintomáticos. Coisa diferente é dizer que fazer o teste é suficiente. O teste é uma fotografia num determinado momento e é preciso que feitos testes nos lares, depois haja outros cuidados", disse Graça Freitas.
A diretora-geral da Saúde enumerou, por exemplo, a utilização pelos profissionais que trabalham nestas instituições de equipamentos de proteção individual e pediu às direções que garantam medidas como o distanciamento entre utentes e a higiene de superfícies e objetos, bem como regras para os próprios utentes como a etiqueta respiratória e higiene das mãos.
Em Portugal, morreram 1.043 pessoas das 25.282 confirmadas como infetadas, e há 1.689 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.