Restrições nos Açores deverão ser mantidas até ao final do prazo previsto

A Autoridade de Saúde Regional dos Açores defende que as restrições às deslocações interilhas e à circulação no concelho do Nordeste devem ser mantidas até à data prevista, apesar de as cadeias de transmissão da covid-19 estarem "confinadas".

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Lusa
11/05/2020 21:47 ‧ 11/05/2020 por Lusa

País

Covid-19

"Ao longo dos últimos dias tem vindo a ser mais favorável o cenário que temos atual, por via do número de casos de recuperação e do número de casos positivos registados. É uma situação que estamos a avaliar constantemente, pelo menos enquanto vigorarem algumas dessas medidas, nomeadamente a cerca sanitária e as restrições ao nível de ligações interilhas, para depois, findando esses períodos, voltarmos a ter informação suficiente para ser tomada uma decisão sobre a sua renovação ou cessação", adiantou hoje o responsável da Autoridade de Saúde.

Tiago Lopes falava, em Angra do Heroísmo, no ponto de situação diário sobre a evolução da pandemia da covid-19 nos Açores.

O arquipélago tem atualmente 40 casos positivos ativos e das sete cadeias de transmissão local detetadas, quatro já foram dadas como "extintas" e as restantes são consideradas "confinadas".

Nas ilhas do Corvo, Flores e Santa Maria não foram registados até ao momento casos positivos de covid-19 e na ilha Terceira os 11 casos verificados já recuperaram.

Em São Jorge, Pico e Faial não se registam novos casos de infeção pelo novo coronavírus há mais de um mês.

O concelho do Nordeste, na ilha de São Miguel, onde foram detetados 38 casos de infeção pelo novo coronavírus em utentes de um lar de idosos (12 dos quais ainda com covid-19) e em 12 funcionários continua com cordão sanitário até 18 de maio.

O caso mais recente registado no concelho foi detetado em 05 de maio, num funcionário do lar, que já se encontrava em quarentena.

Tiago Lopes reconheceu que o cenário é favorável, mas disse ser necessário "aguardar mais uns dias" para, "se tudo correr bem", se concluir o planeamento para o regresso à normalidade no concelho do Nordeste.

"Temos mais casos recuperados do que casos positivos ativos, não temos mais casos positivos ativos registados no concelho, a cadeia de transmissão terciária e quaternária está confinada, está muito restrita. Os testes que recentemente fizemos aos utentes que ainda permaneciam até há pouco tempo na estrutura residencial para idosos e que foram transferidos para o centro de saúde do Nordeste tiveram todos resultados negativo", enumerou.

Quanto às viagens aéreas interilhas, efetuadas apenas pela companhia aérea açoriana SATA, estão suspensas, realizando-se apenas com autorização da Autoridade de Saúde Regional, até ao final do mês e só nessa altura será reavaliada a decisão.

"Esse trabalho de acompanhamento estamos a fazê-lo, em consonância com todos os departamentos do Governo Regional e assim que possível, dentro daquilo que é a evolução epidemiológica na região, iremos comunicar eventuais alterações que possam vir a ser necessárias", afirmou o diretor regional da Saúde.

Questionado sobre a deslocação de médicos especialistas do continente português para os Açores, Tiago Lopes disse que, numa primeira fase, as unidades de saúde estão a dar prioridade às deslocações de especialistas das ilhas com hospital (São Miguel, Terceira e Faial) para as ilhas sem unidades hospitalares.

"Estão a ser ponderadas e já foram excecionadas algumas situações para que exista essa deslocação de especialistas às ilhas sem hospital e possam dar a devida assistência médica aos açorianos e às açorianas", avançou.

Ainda assim, disse que as unidades de saúde estão também já a trabalhar para "trazer especialistas de outras especialidades médicas, que exercem funções em território continental" à região, permitindo a retoma da atividade assistencial "com a maior brevidade".

Desde o início do surto foram confirmados 145 casos da covid-19 nos Açores, 40 dos quais atualmente ativos, tendo ocorrido 83 recuperações (53 em São Miguel, 11 na Terceira, sete no Pico, seis em São Jorge, três na Graciosa e três no Faial) e 16 mortes (em São Miguel).

A ilha de São Miguel é a que registou mais casos (107), seguindo-se Terceira (11), Pico (10), São Jorge (sete), Faial (cinco) e Graciosa (cinco).

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