Valentina teve morte violenta. Pai e madrasta ouvidos hoje em tribunal
O casal deverá ser ouvido esta terça-feira por um juiz de instrução criminal, depois ontem ter sido conhecido o resultado preliminar da autópsia à criança.
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País Valentina
O pai e a madrasta de Valentina, que estão "fortemente indiciados" da morte da criança cujo corpo foi encontrado, no domingo, num eucaliptal de Peniche, deverão ser esta terça-feira ouvidos em tribunal. Os suspeitos serão interrogados pelo juiz de instrução criminal depois ontem ter sido conhecido o resultado preliminar da autópsia à criança.
Ao final da noite de segunda-feira, fonte policial revelou à agência Lusa que Valentina terá tido uma "morte violenta, com lesões na cabeça e indícios de asfixia". E, pese embora haja indícios de asfixia, a criança de nove anos terá sofrido agressões em vários locais, o que lhe causou diversas lesões, incluindo na cabeça.
Se alguma destas agressões resultou na morte ou as duas situações em simultâneo, ainda não se sabe, uma vez que as causas da morte só serão confirmadas depois de exames laboratoriais. Sublinhe-se que este ainda não é o relatório final da autópsia, mas apenas um exame preliminar.
Sandro Bernardo e a mulher, Márcia, eram esperados no Tribunal de Leiria ao início da tarde de segunda-feira. Porém, o tribunal preferiu aguardar pelo relatório da autópsia para, depois, com base nessas informações, ouvir o casal.
Valentina já tinha fugido, mas não estava sinalizada pela CPCJ
A pequena Valentina, cujo corpo tinha sido ocultado na Serra D'el Rei, no concelho de Peniche, não estava sinalizada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ).
A criança já tinha fugido uma vez, estando na altura aos cuidados do pai, mas viria poucas horas depois a ser encontrada pelas autoridades. Nessa altura, em abril de 2019, foi sinalizada pela CPCJ, mas um mês depois o processo foi arquivado.
"Tendo em conta os factos sinalizados e a informação recolhida à data, entendeu a CPCJ que não havia situação que justificasse a necessidade da aplicação de medida de promoção e proteção", justificou a CPCJ em declarações à agência Lusa.
Atouguia da Baleia em choque
O alegado crime que tirou a vida à menina de nove anos está a deixar a população de Atouguia da Baleia em choque. A região estava em alerta desde que o pai da criança participou às autoridades o seu desaparecimento. Os habitantes não mediram esforços e mobilizaram-se para tentar encontrar a menina - esforços que caíram por terra quando o corpo foi encontrado.
A criança, que estava desaparecida desde quinta-feira, após denúncia do pai à GNR, acabaria por ser encontrada morta no domingo pela Polícia Judiciária (PJ).
No domingo de manhã, perante a evolução da investigação, a PJ deteve o pai e a madrasta como sendo os principais suspeitos dos crimes de homicídio e ocultação de cadáver. A força de segurança fez vários interrogatórios, recolheu provas e reconstituiu o crime com a colaboração do casal.
Concluiu-se então que a criança terá sido morta na tarde de quarta-feira dentro da moradia da família e o corpo levado depois para um eucaliptal, a seis quilómetros, já na freguesia de Serra d'el Rei, pertencente ao mesmo concelho, onde foi tapado com arbustos.
A menina residia com a mãe, mas estaria a viver com o pai no atual contexto da pandemia.
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