Feirantes protestam em Viana do Castelo para exigir retoma da atividade
Um grupo de feirantes está a organizar uma manifestação, na sexta-feira, em Viana do Castelo, para alertar o Governo da necessidade do regresso da atividade, após dois meses de paragem devido à pandemia de covid-19.
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País Covid-19
"Entrámos em contacto com a Câmara de Viana do Castelo e foi-nos dito que a autarquia não tem autonomia, nesta fase, para decidir da reabertura ou não da nossa atividade. Ao abrigo do estado de calamidade, a Câmara precisa de uma diretiva do Governo a dar a ordem para iniciarmos a atividade, enquadrando-nos em alguma das fases do desconfinamento", disse hoje à agência Lusa Dília Ponte.
Feirante há 26 anos do setor do vestuário, Dília Ponte referiu que a "ideia de realizar a manifestação surgiu da necessidade de alertar consciências", face às dificuldades que o setor estará a atravessar.
A empresária sublinhou que na feira semanal de Viana do Castelo, que decorre à sexta-feira, no Campo d'Agonia, operam cerca de 200 feirantes dos setores do calçado, vestuário, mobiliário, frutícola e hortícola.
"Temos de fazer chegar a nossa voz ao Governo, a Lisboa. Já informámos a Câmara de Viana do Castelo que vamos fazer a manifestação, cumprindo todas as normas. Pedimos uma licença para ocupação do Campo d'Agonia, entre as 09:30 e as 11:30, e comprometemo-nos a fazer uma manifestação, o mais organizada possível, sem impedir o trânsito. Cada um de nós ocupará o espaço que ocupava anteriormente no recinto da feira, garantindo o distanciamento social exigido e com máscaras", especificou a feirante natural da freguesia de Nogueira, em Viana do Castelo.
Dília Ponte reforçou a necessidade do retomar da atividade do setor.
"Precisamos de trabalhar, queremos 'feirar', queremos voltar à nossa atividade. Mediante o efeito que surgir desta ação estamos dispostos a fazer o que for necessário numa fase seguinte", referiu.
A agência Lusa questionou a Câmara de Viana do Castelo, mas não obteve resposta até ao momento.
Na segunda-feira, em comunicado, a Câmara de Viana do Castelo informou que os feirões, com venda de produtos agrícolas locais, no terrado municipal funcionam com um novo modelo, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19.
Aquele mercado, passou desde hoje funcionar três vezes por semana, estando ainda garantida a isenção de taxas de ocupação.
"A partir do dia 12 [hoje], podem ser adquiridos produtos frescos às terças, quintas e sextas-feiras, numa medida tomada para permitir aos comerciantes escoar os produtos agrícolas e para possibilitar uma utilização mais adequada do espaço, com o distanciamento social exigido", referia o município na segunda-feira.
A medida de "apoio aos pequenos agricultores foi definida em articulação entre a Câmara e a Cooperativa Agrícola de Viana do Castelo, permitindo assim o regresso da atividade ao terrado, sendo que a autarquia apela à responsabilidade de todos os utilizadores para manterem as regras sanitárias e de distanciamento social".
Portugal contabiliza 1.163 mortos associados à covid-19 em 27.913 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
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