Os alunos do 11.º e 12.º anos do ensino secundário, ou 2.º e 3.º anos de outras ofertas formativas, regressaram esta segunda-feira às escolas. O ministro da Educação fez, em entrevista à RTP3, um balanço deste primeiro dia, enfatizando que "podemos ter um enorme orgulho" dos professores e das famílias.
Considerou Tiago Brandão Rodrigues que os docentes "deram o passo que era preciso dar" e as famílias, por sua vez, "confiaram nas escolas. Nunca nos podemos esquecer que [a escola] é a única entidade a que confiamos os nossos filhos num determinado período de tempo".
"Eu hoje queria dizer que sou um ministro da Educação muito orgulhoso. Quero também declarar, com toda a humildade, que por muito que eu tivesse previsto que ia correr bem, dificilmente anteveria que corresse tão bem", manifestou.
Quanto à "transição do presencial para não presencial", acrescentou, "todos tivemos dúvidas e as escolas excederam-se. E agora estão a fazer ainda melhor. Temos de estar muito orgulhosos do sistema educativo".
Aos que questionaram o regresso dos alunos dos 11.º e 12.º, o governante respondeu que, para além da questão dos exames nacionais, dizem-nos as "estatísticas" que "estes alunos são aqueles onde as taxas de retenção e de abandono são maiores".
"Não nos enganemos", continuou, "o ensino à distância tem sido uma mais-valia", mas "muitos destes alunos são naturais candidatos ao abandono escolar. Por isso, temos de trabalhar. Sabemos que o sítio onde conseguimos ter maior equidade é no ensino presencial, dentro da sala de aula, onde se esbatem todas as diferenças socioeconómicas".
Tiago Brandão Rodrigues rejeitou a possibilidade de "esta pandemia" poder ser "uma oportunidade, não o é. É uma calamidade". Mas esta é também uma altura de "muitas aprendizagens". O ministro com a pasta da Educação destacou que "o salto tecnológico e avaliação à distância" podem ser "uma mais-valia para o próximo ano letivo, porque sabemos que vamos ter de conviver com o novo coronavírus pelo menos mais um inverno e não sabemos qual vai ser o nível de penetração do surto epidemiológico na sociedade portuguesa e como vamos ter de nos ambientar".
Perante este cenário, garantiu o governante que "o Ministério da Educação está a trabalhar vários cenários".
Uma segunda vaga? "Ela existirá certamente"
Segunda vaga? "Ela existirá certamente. Aquilo que temos que entender é que dimensão terá". Tiago Brandão Rodrigues acredita que a segunda vaga de Covid-19 será uma inevitabilidade, mas reforçou que "foi importante diminuir esta primeira onda". Acredita ainda o governante que, no próximo outono/inverno, "vamos ter uma sociedade portuguesa já mais preparada".
Já quanto ao próximo ano letivo, considerando esta segunda vaga, o ministro garantiu que "existe um calendário, que necessariamente terá que ser ajustado". Relembrou o governante, neste contexto, que o calendário deste ano letivo também teve de sofrer alterações, por força do surto, nomeadamente no que à primeira e segunda fase de exames diz respeito.
"Teremos que ajustar o início do próximo ano letivo", afirmou Tiago Brandão Rodrigues, acrescentando que "começará ainda em setembro. Mas, começando em setembro, é importante também dizer que teremos que ter adaptabilidade ao próximo calendário e a todos os momentos naturais num calendário escolar", acrescentou.