Sobe para sete número de infetados em fábrica de conservas de Peniche
O número de casos de infeção na fábrica de conservas ESIP, em Peniche, subiu de dois para sete, depois de 390 dos 850 trabalhadores terem sido testados à covid-19, informou hoje fonte oficial da empresa.
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País Covid-19
"Temos os resultados dos cerca de 190 trabalhadores [testados esta semana e] infelizmente foram descobertos mais cinco casos" positivos, informou por escrito à agência Lusa John Merva, diretor da comunicação para a Europa da multinacional tailandesa Thai Union, a que pertence a conserveira European Seafood Investiment Portugal (ESIP), no distrito de Leiria.
Os cinco novos casos de infeção juntam-se aos dois que já eram conhecidos, o primeiro detetado em 20 de maio e o último diagnosticado no início desta semana.
Devido aos dois primeiros casos, 390 trabalhadores já foram testados, 200 numa primeira fase e 190 esta semana, sendo que 300 estão em quarentena.
Desses, 150 regressam ao trabalho na segunda-feira.
Mariana Rocha, trabalhadora da fábrica e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB), disse à Lusa que tem vindo a exigir que todos os 850 trabalhadores da fábrica sejam testados "para que todos se sintam seguros".
Questionada a empresa, o porta-voz esclareceu que, "como os casos surgiram nas mesmas secções dos casos identificados anteriormente, não serão necessários mais testes".
A dirigente sindical alertou que, apesar de confinado, "o foco de infeção foi detetado na secção onde os trabalhadores estão a laborar a menos de um metro de distância", ainda que usem todos máscara.
Na quinta-feira, o SINTAB já tinha demonstrado essa preocupação e referiu ainda que nas salas de refeição, onde têm de tirar a máscara para se alimentarem, estão "a menos de um metro de distância por falta de espaço".
A dirigente sindical, que teme que os casos possam aumentar nesta indústria conserveira, alertou também que a empresa está a contratar trabalhadores temporários, sem os sujeitar a teste, e que há falta de lavatórios para todos os trabalhadores, uma vez que, em alguns setores, a desinfeção com álcool gel não é suficiente para ficarem com as mãos limpas.
Confrontado pela Lusa sobre as críticas do sindicato, o diretor de comunicação para a Europa da Thai Union respondeu que, desde abril, foram criados quatro refeitórios, "reduzindo o número de trabalhadores em cada um e permitindo o distanciamento de um metro".
As medidas, continuou, foram inspecionadas e aprovadas pelas autoridades em maio, antes de terem surgido os casos de infeção.
No âmbito do plano de contingência, a unidade "separou turnos e áreas", o que permitiu confinar o eventual foco de contaminação apenas aos trabalhadores que "estiveram em contacto" com os infetados, por isso, os restantes não necessitam de estar em quarentena.
A indústria conserveira está a efetuar "trabalhos para melhorar as medidas de distanciamento social e a rever a separação de turnos para garantir a máxima segurança", adiantou.
Desde que foi detetado o caso positivo, a conserveira desinfetou as áreas que foram usadas por esse trabalhador, incluindo salas de descanso, vestiários e áreas laborais.
Dentro do seu plano de contingência, a unidade já tinha adotado a medição de temperatura à entrada de cada turno, o uso de equipamentos de proteção individual, a higienização regular das mãos e o reforço da limpeza.
Peniche regista 17 casos de infeção, dos quais um morreu, nove estão recuperados e sete estão ativos, um aumento em relação a quinta-feira, quando eram dois, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pelo município.
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