O Comando Territorial do Porto, através do Núcleo de Investigação e Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) do Porto, deteve ontem, dia 23 de junho, um homem, de 38 anos, por violência doméstica, no concelho de Trofa.
No âmbito de uma investigação relacionada com o crime de violência doméstica, que teve a duração de cerca de três semanas, os militares apuraram que o suspeito injuriava, ameaçava e agredia fisicamente a vítima, sua companheira, de 41 anos, com quem morava. Quando se encontrava alcoolizado, ameaçava a mulher de morte com recurso a uma arma de fogo, refere a GNR em comunicado.
No decorrer das diligências foram apreendidos dois telemóveis utilizados pelo suspeito para ameaçar a vítima.
O suspeito foi detido e presente ao Tribunal Judicial de Matosinhos, tendo-lhe sido aplicadas as medidas de coação de afastamento da residência da ofendida, não se podendo aproximar da mesma num raio de 500 metros, proibição de contactos com a vítima por qualquer meio e proibição de aquisição e detenção de armas de qualquer natureza.
Num segundo caso, o Comando Territorial de Setúbal deteve na segunda-feira um homem de 89 anos, por violência doméstica, em Santo André. A detenção decorreu na sequência de um cumprimento de um mandado de detenção no âmbito de uma investigação relacionada com violência doméstica em que o idoso é suspeito de agredir física e psicologicamente a sua mulher, de 84 anos.
Foi dado igualmente cumprimento a um mandado de busca tendo sido apreendidos nove cartuchos de chumbo. Presente ao Tribunal Judicial do Setúbal, ao idoso foram aplicadas as medidas de coação de afastamento e proibição de contacto com a vítima.
A mesma GNR deteve ontem um homem de 33 anos pelo mesmo crime em Paio Pires. Nesta situação, a investigação apurou que a vítima, de 28 anos, sofria maus-tratos físicos e psicológicos há dez anos, sensivelmente desde o início da relação, sendo que nos últimos meses os mesmos tinham-se tornado mais graves, levando à sua retirada para uma casa de abrigo.
A detenção foi efetuada sob um mandado de detenção, tendo o suspeito, depois de presente ao Tribunal Judicial do Seixal, sido sujeito à medida de coação de proibição de contacto com a ofendida controlado através de vigilância eletrónica.
Esta terça-feira, a ministra da Justiça mostrou-se preocupada com o aumento da violência doméstica, defendendo a adoção de um instrumento que garanta melhor proteção às vítimas, prevendo que a crise pandémica fará aumentar as ações executivas e laborais.
"A violência doméstica, o ano passado, estava em primeiro lugar nas cifras da criminalidade participada e, embora tenha tido um abrandamento de participações no princípio deste ano, pelo que temos vindo a observar pelo recurso às linhas de emergência, este ano a tendência vai agravar-se", afirmou.