Os chefes de Estado e de Governo de Portugal e Espanha reuniram-se hoje para assinalar a reabertura da fronteira comum, encerrada há três meses e meio, com cerimónias de alto nível em Badajoz e Elvas.
"É uma grande notícia", começou por reafirmar Pedro Sánchez, referindo que os países "são povos irmãos, que partilham cultura".
Espanha agradeceu a Portugal e aos portugueses pelo apoio e carinho durante os tempos mais difíceis da pandemia, apontando que a relação "cordial" que tinham, foi fortalecida durante este tempo de crise.
Por sua vez, António Costa assinalou o momento apontando que este "é um momento importante porque, nunca na história" as fronteiras foram fechadas. "A Europa de hoje precisa de uma mensagem positiva e de estes dois países que não vêem a abertura das fronteiras como uma ameaça", referiu o primeiro-ministro português, ressalvando que é necessário manter os cuidados, uma vez que o novo coronavírus ainda circula.
"Esta fronteira ficará para sempre aberta", acrescentou Costa.
Passada a palavra ao primeiro-ministro espanhol, Sánchez salienta o "enorme compromisso por parte dos Estados com aquilo que é a saúde pública e a vida dos seus compatriotas". O chefe do governo espanhol faz das palavras do homólogo português as suas e diz ter consciência dos desafios que há pela frente. "Creio que se esta crise nos deu uma grande lição, foi que que a crise económica tem que ter como objetivo a coesão. A coesão europeia é fundamental", vincou.
Decisão de reabrir fronteiras: Política ou sanitária?
Questionado sobre se a decisão de reabrir fronteiras é política, António Costa sublinha: "Neste momento, não há decisões políticas sem respeitar as normas sanitárias".
O primeiro-ministro português aponta que o que é "fundamental" é que todos tenham consciência. "Se os portugueses que forem a Espanha, cumprirem as regras em vigor e se os espanhóis que forem a Portugal fizerem o mesmo, esta abertura só tem vantagens", resume, sublinhando que "vamos continuar a conviver com este vírus e isso implica muita disciplina".
"Todos os critérios que fundamentaram a decisão são estritamente epidemiológicos, nada têm a ver com diplomacia", acrescentou o primeiro-ministro espanhol às palavras de António Costa.
Presidente, rei e chefes de Governo unidos
As cerimónias da reabertura de fronteiras tiveram início pelas 09h45 de Portugal (10h45 em Espanha), no Museu Arqueológico situado na Alcáçova de Badajoz, e terminaram cerca de uma hora e meia depois, no Castelo de Elvas, no distrito de Portalegre.
Em cada um dos lados da fronteira, foram executados os hinos português e espanhol, perante o Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, o rei de Espanha, Felipe VI, o primeiro-ministro português, António Costa, e o chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez.