"Em função do que me foi reportado, por quem é perito na matéria, temos na cidade o Museu Berardo Estremoz, um dos melhores museus de azulejos da Europa", disse o autarca, que falava na conferência de imprensa de apresentação daquele espaço museológico, no Palácio Tocha, onde está instalado, em Estremoz.
Francisco Ramos salientou ainda que se está a comemorar, além da abertura do museu, a recuperação de "um dos edifícios mais emblemáticos da cidade".
Para o autarca, com a instalação deste museu, "para além de Estremoz, ganhou todo o Alentejo e seguramente todo o país".
"Sendo Estremoz uma terra do interior, louvamos alguém que de forma altruísta colocou a cidade no mapa nesta matéria de exposição de azulejos", referiu Francisco Ramos.
Para José Berardo, "o museu é uma homenagem à arte do azulejo e a todos os artífices e artistas cuja mestria se revela na forma como souberam jogar com as características de flexibilidade, utilidade e durabilidade deste material".
José Berardo considerou que a abertura deste museu é "o concretizar de um sonho", adiantando que este projeto começou há cinco anos, mas a sua intenção de construir um museu, dedicado ao azulejo, tem mais de 30 anos.
Berardo lançou um repto ao Ministério da Cultura, relativamente à classificação do azulejo como Património da Humanidade, considerando "incompreensível que um património desta envergadura não tenha semelhante título".
"Espero e desejo que este projeto possa ajudar a alcançar esse objetivo", salientou.
Também o presidente do município defendeu uma candidatura do azulejo a Património da Humanidade.
O museu, instalado num palácio setecentista da cidade alentejana, é uma iniciativa conjunta da Coleção Berardo e da Câmara Municipal de Estremoz, no distrito de Évora.
De acordo com a Associação Coleção Berardo, o projeto do museu foi cofinanciado através dos fundos da União Europeia, no âmbito do Portugal 2020, com um valor elegível de 3,45 milhões de euros, tendo uma comparticipação de 75%, cerca de 2,6 milhões de euros.
O presidente do município disse à Lusa que o museu resulta de um protocolo de cinco anos e renovável, assinado em julho de 2016, através do qual o município se compromete a gerir o museu cujo proprietário é a associação.
A associação é a entidade que reabilitou o Palácio Tocha, imóvel que já era propriedade de José Berardo, indicou Francisco Ramos.
"O município vai gerir o imóvel e a coleção da exposição, tem a responsabilidade do pessoal e de assegurar os custos relacionados com a logística do edifício, entre os quais água, eletricidade e telefone, e recebe a receita das entradas", adiantou.
Segundo o autarca, o museu vai ter um espaço para venda de vinho, que vai ser cedido aos promotores do museu.
O Museu Berardo Estremoz abre no sábado com aquela que é considerada a "maior e mais importante" coleção privada de azulejos de Portugal, com exemplares datados do século XIII ao século XXI, que permite "percorrer a secular história do azulejo".
Segundo os promotores, o museu, com a exposição inaugural intitulada "800 Anos de História do Azulejo", comissariada pelos especialistas Alfonso Pleguezuelo e José Meco, tem uma abertura simbólica marcada para sábado, às 10:30, e pode ser visitado, com entrada gratuita, a partir de domingo e até ao final de agosto.