Rui Pinto, em liberdade desde sexta-feira, quebrou hoje o silêncio. Através da sua conta de Twitter, o hacker sublinhou que Portugal continua a ser um "paraíso para a corrupção" e "para o branqueamento de capitais" e que é preciso mudar.
"É agora mais do que nunca, que precisamos de união e resiliência. Portugal tem de mudar!", pode ler-se na publicação.
O criador da plataforma Football Leaks, e responsável pela investigação que espoletou o processo Luanda Leaks - que tem Isabel dos Santos como a principal visada -, agradeceu ainda "a todos aqueles que desde a primeira hora demonstraram o seu apoio e solidariedade". Por fim, Rui Pinto conclui: "Finalmente esta árdua e longa 'travessia do deserto' chegou ao fim".
Mas a luta continua, porque volvidos quase 2 anos, Portugal continua um paraíso para a grande corrupção e para o branqueamento de capitais. É agora mais do que nunca, que precisamos de união e resiliência. Portugal tem de mudar!
— Rui Pinto (@RuiPinto_FL) August 11, 2020
Recorde-se que Rui Pinto encontra-se, neste momento, ao abrigo do programa de proteção de testemunhas. O hacker começa a ser julgado em 4 de setembro por 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen. Estão agendadas, em média, três sessões por semana.
Aníbal Pinto, advogado de Rui Pinto à data dos factos e que será julgado pela tentativa de extorsão (em outubro de 2015) de entre 500 mil euros a um milhão de euros ao fundo de investimento Doyen, é o segundo arguido no processo.
Rui Pinto saiu na passada sexta-feira (7 de agosto) em liberdade, por decisão da juíza Margarida Alves. O Ministério Público opôs-se, porém, à libertação, que foi justificada pela juíza com a "contínua e consistente colaboração" com a Polícia Judiciária e o "sentido crítico" do criador da plataforma Football Leaks.