A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar ameaças a três deputadas e à SOS Racismo, avança a RTP.
Em causa, revela a estação pública, está um email recebido pela organização que dá um prazo de 48 horas para que dez pessoas abandonem o país.
Entre as pessoas ameaçadas constam os nomes de Mamadou Ba e das deputadas Joacine Katar Moreira, Mariana Mortágua e Beatriz Gomes Dias, as duas últimas do Bloco de Esquerda.
O dirigente da associação foi ouvido esta tarde pela PJ.
De recordar que um grupo com cerca de duas dezenas de militantes de extrema-direita juntou-se, na noite de sábado, em frente à sede da associação SOS Racismo, com máscaras brancas a tapar o rosto e empunhando tochas, uma imagem em muito semelhante às dos supremacistas brancos do Ku Klux Klan, que perseguiam, espancavam e matavam afro-americanos, nos EUA, no século passado.
Na página de Facebook 'Resistência Nacional', ligada à extrema-direita, foram vários os membros do grupo que partilharam imagens da ação. De acordo com os "nacionalistas", este protesto serve como "homenagem aos polícias mortos em serviço" e contra o "racismo anti-nacional". Numa das publicações, há mesmo quem se glorifique de ter feito uma "visita" à sede do SOS Racismo.
Mamadou Ba, um dos dirigentes do SOS Racismo, reagiu, na altura, a esta ação nas redes sociais. "Os membros deste grupelho são tão corajosos que tiveram de tapar a cara para o seu número de circo político, em frente à sede do SOS", começou por escrever o responsável da associação, revelando que um dos participantes já lhe fez mesmo "ameaças explícitas de morte".