Seg. Social entregou "em julho" informação ao MP sobre o lar de Reguengos

A Segurança Social enviou ao Ministério Público um relatório sobre o lar de Reguengos de Monsaraz em 16 de julho, um mês depois do surto de covid-19 que provocou 18 mortos, revelou hoje a ministra Ana Mendes Godinho.

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Lusa
18/08/2020 13:07 ‧ 18/08/2020 por Lusa

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Covid-19

"No dia 14 de julho, a Segurança Social fez um relatório de toda a situação e no dia 16 este relatório foi enviado para o Ministério Público", disse a ministra da Solidariedade e Segurança Social em Alcanena, distrito de Santarém.

Ana Mendes Godinho disse que "é nessa sede de processo que devem ser analisadas" todas as "matérias que constam dos vários relatórios que foram produzidos por várias entidades, alguns deles com elementos contraditórios".

"É nessa sede que tudo isso deve ser apurado", afirmou aos jornalistas depois da apresentação de um projeto sobre recuperação de casas degradadas.

A governante deu ainda conta que, desde a aplicação de um programa de reforço criado no início da pandemia, "já foram colocadas cerca de seis mil pessoas nos lares para reforço dos recursos humanos", uma situação que, vincou, exige estar "permanentemente a implementar novas medidas".

Por outro lado, questionada sobre que medidas se podem tomar desde já para evitar novas situações como a de Reguengos, Ana Mendes Godinho apontou para as conclusões dos relatórios em análise sobre o caso concreto do lar que vitimou 18 pessoas.

"A avaliação dos vários relatórios que existem também servem para avaliação do que podemos fazer mais em conjunto", afirmou, tendo feito notar que a ação do governo e dos vários parceiros e instituições de solidariedade social decorre em "dois momentos paralelos", sendo um deles o da fiscalização - "em 2019 foram encerrados 137 lares ilegais" - e o outro no "encontrar forma de proteger as pessoas".

O surto de Reguengos de Monsaraz, detetado em 18 de junho, provocou 162 casos de infeção, a maior parte no lar (80 utentes e 26 profissionais), mas também 56 pessoas da comunidade, tendo morrido 18 doentes (16 utentes e uma funcionária do lar e um homem da comunidade).

Posteriormente, num relatório da auditoria conhecido no dia 06 de agosto, a Ordem dos Médicos disse que o lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva não cumpria as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS) e apontou responsabilidades à administração, à Autoridade de Saúde Pública e à ARS.

A Procuradoria-Geral da República disse depois à Lusa que foi instaurado um inquérito sobre o surto de covid-19 neste lar e que está a analisar o relatório da Ordem.

No sábado passado, a ministra da Segurança Social admitiu ao Expresso que faltam funcionários nos lares, lembrando que há um programa para colmatar essa falha e hoje voltou a reiterar que "desde o início que os lares têm sido prioridade total do Governo".

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