Depois das imagens com milhares de pessoas no santuário no domingo, e da polémica com a realização da festa do Avante, de 04 a 06 de Setembro, que teve uma lotação máxima se 16 mil pessoas, o PCP tomou posição em apenas uma frase, sem qualquer tipo de crítica à Igreja, mas sublinhando a necessidade das "medidas de prevenção de saúde pública".
"O PCP é favorável a que a vida e as actividades a ela associadas nas suas diversas dimensões prossigam com a maior normalidade possível, garantindo as medidas de prevenção de saúde pública", afirmou o gabinete de imprensa do partido em resposta a um pedido da agência Lusa.
Este foi um dos argumentos usados pelos comunistas para justificar a realização da festa do Avante, o encontro anual do jornal oficial do PCP na Quinta da Atalaia, Seixal, distrito de Setúbal, que inclui concertos, exposições e actividades políticas como o comício de 'rentrée' do ano político, com Jerónimo de Sousa, secretário-geral do partido.
As regras e a lotação do recinto ao ar livre foram determinadas pela Direcção-Geral da Saúde, que impôs uma lotação máxima de 16.563 pessoas, em articulação com a organização da festa.
No seu discurso, no dia 06 de setembro, Jerónimo de Sousa afirmou: "Queriam calar-nos, não o conseguiram. Fizemos a festa cumprindo as normas sanitárias porque a sua realização é antes de mais uma forma de assegurar a defesa do funcionamento da vida democrática na sua plenitude."
A polémica foi muita, com críticas dos partidos de direita e uma troca de palavras entre o Presidente da República, pouco optimista quanto à festa, e os comunistas, que convidaram Marcelo Rebelo de Sousa a ir ao Seixal.
As juventudes partidárias mobilizaram-se contra a realização, a JSD pôs um cartaz junto ao local, que foi retirado e depois reposto, e a JP pediu mesmo uma fiscalização ao recinto.
O acesso ao Santuário de Fátima, no concelho de Ourém, foi bloqueado no domingo quando o complexo religioso atingiu a lotação máxima permitida no contexto da pandemia da covid-19, disse a porta-voz da instituição.
Carmo Rodeia adiantou à agência Lusa que "a partir do momento da comunhão" houve necessidade de impedir mais entradas, pois verificou-se que "a ocupação segura estava alcançada" no conjunto dos espaços.
Segundo a porta-voz, a lotação máxima do Santuário de Fátima obedece às orientações acertadas entre a Conferência Episcopal Portuguesa e a Direção-Geral da Saúde e corresponde a "um terço do espaço" que normalmente estava acessível aos peregrinos antes da pandemia.
Desde o desconfinamento e o regresso das celebrações com a presença de crentes, em finais de maio, esta foi a peregrinação mais participada, disse Carmo Rodeia.