"Para evitar confinamentos insuportáveis há que refletir serenamente"

O ex-ministro da Saúde deixa vários alertas numa altura em que a pandemia dá "sinais de agravamento" e defende que "demasiadas regras, demasiados detalhes e demasiadas exceções não trazem benefício".

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Melissa Lopes
15/09/2020 13:45 ‧ 15/09/2020 por Melissa Lopes

País

Adalberto Campos Fernandes

Adalberto Campos Fernandes, ex-ministro da Saúde, considera que estamos a entrar numa semana "decisiva" na situação epidemiológica com a reabertura das escolas. No entender do especialista em saúde pública, "para minorar as dinâmicas de transmissão poderíamos ter evitado alguns eventos suscetíveis de adiamento (independentemente da sua natureza política, cultural ou religiosa)". "Não o fizemos por opção", sublinha, num comentário publicado no Facebook.

Já o regresso às aulas, pelo contrário, "deixa aos educadores, às crianças e aos jovens muito menos graus de liberdade na decisão", nota, sublinhando ser "injusto e incompreensível  prejudicar o essencial pelo acessório". 

Realçando que "é importante não desvalorizar a importância do exemplo", o antigo governante defende que "há que enfrentar a situação com muita determinação tendo cuidado com os 'peritos' do otimismo e os 'especialistas' em catástrofe". 

Adalberto Campos Fernandes argumenta que "nesta fase difícil" que aí vem, "os últimos a ser criticados deverão ser os cidadãos que, na sua grande maioria, têm cumprido tudo o que lhes tem sido pedido". "Talvez estivesse na altura de repensar a gestão de expectativas, o processo de comunicação e a 'intensidade normativa' cuja eficácia começa a ser posta em causa até do ponto de vista da compreensão técnica e científica", sugere.

Para o antecessor de Marta Temido, "demasiadas regras, demasiados detalhes e demasiadas exceções não trazem benefício, como estamos a constatar, e apenas contribuem para instalar 'uma falsa sensação de segurança'". Assim, e "para evitar confinamentos insuportáveis há que refletir serenamente e, se necessário, corrigir a trajetória", defende, acreditando ainda estarmos a tempo de o fazer, "todos, em conjunto", 

Portugal continental entrou esta terça-feira em situação de contingência devido ao aumento do número de novas infeções por coronavírus, uma tendência que se prevê que irá continuar e até acentuar-se, tendo em conta o regresso às aulas e o regresso de muitos ao trabalho. 

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