O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) denuncia, esta segunda-feira que o Serviço de Urgência Geral do Hospital Garcia de Orta, em Almada, está em “sério risco de encerramento”.
Numa nota enviada ao Notícias ao Minuto, o SIM garante que, perante a pandemia da Covid-19, ficou demonstrado que o espaço do Garcia de Orta é “muito reduzido e de difícil ajuste”, que o número de médicos especialistas em medicina interna é “reduzido” e que o hospital perdeu “multidisciplinariedade na abordagem aos doentes” com a saída de outras especialidades.
O SIM denuncia ainda que devido ao “método e à prática” os profissionais de saúde da unidade hospitalar em questão estão a sofrer de “exaustão” e acusa o diretor clínico de “ausência de estratégia e de capacidade de ouvir as sugestões”.
De acordo com o mesmo comunicado, “esta realidade tem vindo a ser denunciada pelos Chefes de Equipa de Urgência, sobretudo, porque esta situação se reflete na diminuição da qualidade dos cuidados prestados e na falta de segurança para doentes, médicos e outros profissionais de saúde”.
O SIM conta ainda que, no dia 2 de setembro, “os médicos especialistas e internos de Medicina Interna, depois de ultrapassarem em muito o número de horas obrigatórias legalmente estipuladas, apresentaram a sua indisponibilidade para prestar mais trabalho suplementar como forma de protesto pelo agravamento das condições de segurança gerado pela reestruturação das equipas médicas de urgência imposta pela Direção Clínica”.
Segundo o SIM, para responder às necessidades da atual pandemia, são necessários, por turno, no mínimo cinco médicos especialistas (ou equiparados) e no Garcia de Orta, na maioria dos dias, as escalas apresentadas são constituídas, por apenas dois médicos especialistas.
Algo que, segundo o sindicato, se reflete na qualidade do trabalho médico e de saúde prestado à população.