Maria de Belém Roseira, ex-ministra da Saúde, falou aos jornalistas após um encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, em Belém, acerca da situação relativa à Covid-19 no nosso país. A ex-governante referiu que, na conversa, teve "ocasião de transmitir ao Presidente que é o momento para que não haja preconceitos, que haja vontade de cada um, no seu papel, fazer aquilo que deve fazer".
Nas palavras de Maria de Belém, "fazer aquilo que devemos fazer" é "numa sociedade como aquela em que vivemos, uma sociedade moderna em que percebemos que aquilo que fazemos não é so para nós mas para a comunidade em que nos inserimos, que cumpramos aquilo que são as regras que devem pautar o nosso relacionamento".
Temos de "perceber bem a importância do conceito da atenção em relação aos outros", advogou ainda, acrescentando: "Um conceito de amizade social que é o perceber que aquilo que acontece com os outros é importante para nós".
Neste contexto, "cada um tem os seus deveres, tem as suas obrigações" e "temos que aprender com aquilo que não tem corrido bem, para que passemos a atuar todos de uma maneira consonante, respeitadora do papel de cada um, no sentido de construir aquilo que tem que ser uma abordagem coletiva".
Quanto aos "erros" cometidos no percurso de combate à pandemia, Maria de Belém Roseira considerou que "temos de os analisar para aprender com eles". "Errar é algo a que todos estamos expostos, não saber analisar as razões do erro e não corrigir é que é inadequado".
"Já temos agora uma experiência relativamente longa para podermos fazer melhor o que não fizemos tão bem e para que consigamos envolver toda a sociedade portuguesa num registo de confiança e de adesão àquilo que tem de ser feito e àquilo que tem de ser praticado", frisou.
Recorde-se que o Chefe de Estado está a receber figuras ligadas à Saúde para avaliar a resposta à Covid-19. Anteontem, no final da reunião, Ana Rita Cavaco, Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, referiu que o "Plano outono-inverno é, efetivamente, muito bom no papel", mas que, neste momento, "falta a operacionalização".
Já Ana Paula Martins, Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, disse que que a comunicação das autoridades de saúde tem falhado, nomeadamente no cumprimento das regras sanitárias, e o país devia ter-se preparado melhor para a época da vacinação contra a gripe.
A ministra da Saúde, Marta Temido, foi recebida esta segunda-feira por Marcelo e revelou, depois da reunião, que foram abordados assuntos de "natureza de avaliação da situação do país" e de outros países e de "informação mais de pormenor sobre a situação epidemiológica".
[Última atualização às 17h31]