Os números foram revelados durante a habitual conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia da covid-19 em Portugal pelo secretário de Estado e Adjunto da Saúde, que explicou que o reforço foi, em parte, possível com o recurso a estudantes das escolas médicas e de enfermagem.
"Houve, de facto, uma bolsa grande de recrutamento, não só de estudantes", disse António Lacerda Sales, precisando que na terça-feira as equipas da região Norte contavam com mais 50 pessoas e 97 em Lisboa e Vale do Tejo, sendo que no total havia um reforço de mais de 150 rastreadores.
Em 16 de outubro, a diretora-geral da Saúde anunciou que os alunos de enfermagem iriam reforçar as equipas de saúde pública na realização dos inquéritos epidemiológicos, para ajudar a ultrapassar atrasos no rastreio dos contactos.
Na altura, a medida foi criticada pela Ordem dos Enfermeiros que se manifestou contra a colocação de alunos de enfermagem nas unidades de saúde pública a realizar inquéritos epidemiológicos, quando ainda há cerca de 400 de enfermeiros desempregados.
Além destes, a ordem identificou mais de 200 enfermeiros especialistas em enfermagem comunitária e saúde pública disponíveis para integrar as equipas, cujos nomes e contactos dos enfermeiros foram compilados numa lista que António Lacerda Sales diz já ter pedido à Ordem dos Enfermeiros.
"Ainda hoje falei com a senhora bastonária para que nos pudesse disponibilizar, e já disponibilizou, uma bolsa ao nível de profissionais de saúde de enfermagem", disse o governante na conferência de imprensa, acrescentando que também haverá o recurso a "outros segmentos profissionais".
"É um esforço coletivo que estamos a fazer com escolas, com ensino superior, com outros segmentos profissionais para que possamos reforçar estas estruturas e de facto podermos interromper estas cadeias de transmissão", sublinhou.
A propósito do recurso aos estudantes de enfermagem, António Lacerda Sales disse ainda que as equipas para a realização dos inquéritos epidemiológicos são acionadas pontualmente, conforme a necessidade, pelo que "não justificaria um vínculo".
Portugal contabiliza hoje mais 24 mortos relacionados com a covid-19 e 3.960 novos casos confirmados de infeção, atingindo um novo máximo diário, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).
De acordo com o boletim hoje divulgado, foi atingido um novo máximo de novos casos diários, com mais 3.960 infeções, superando os 3.669 novos casos registados no dia 24.