Após a divulgação dos dados epidemiológicos das últimas 24 horas - mais 5.550 novos casos (um máximo diário) e 52 mortes - Marta Temido falou aos jornalistas onde referiu que a "incidência dos novos casos situa-se sobretudo na Região de Saúde do Norte", seguida de Lisboa e Vale do Tejo. Quanto à evolução dos óbitos, a ministra considerou que "temos, de facto, essa letalidade da doença que tem subido nos últimos dias e que é bastante preocupante".
Já sobre o trabalho desenvolvido esta sexta-feira, dia em que a governante se deslocou à Região do Tâmega e Sousa para reuniões, o trabalho "foi de natureza técnica, caracterizada por várias visitas e várias reuniões no terreno com as instituições que têm estado a ser mais envolvidas" e com maior número de casos.
"Um dos aspetos que mais nos preocupa quando o número de casos começa a subir é a realização dos inquéritos epidemiológicos e a nossa capacidade de lhes dar resposta e, portanto, estivemos a analisar com a Unidade de Saúde Pública aquilo que é o atraso" da realização destes e "as formas que vamos ter de utilizar no terreno para responder a esses atrasos".
Além de ter estado no Agrupamento de Centros de Saúde de Vale do Sousa Norte, Marta Temido visitou também o Hospital de Penafiel, sendo que este último "registou algum alívio fruto de um conjunto de transferências que aconteceram nos últimos dias", designadamente para o Hospital da Universidade Fernando Pessoa mas também, explicou a ministra, "para um conjunto de outras instituições do Serviço Nacional de Saúde".
A ministra falou com profissionais de saúde do referido hospital e deixou-lhes uma mensagem de que "não podemos baixar a guarda" e que "a resposta a esta pandemia" tem merecido por parte destes "o melhor de si próprios". "Nós, cá fora, precisamos de aliviar a pressão, a montante, porque, se houver dez milhões de infetados, não há capacidade de resposta", disse ainda, indo de encontro a palavras proferidas esta manhã por António Costa em entrevista à Antena 1.
Sobre a contratação de mais profissionais, a ministra advogou que "neste momento, a situação com que nos deparamos é que o mercado não tem a disponibilidade que tem noutros momentos e há muitos profissionais que ficaram doentes", sublinhando que "um hospital espelha aquilo que é a comunidade na qual ele se integra". Mais de 200 profissionais estão infetados nesta região, mas "foram assumidos compromissos de que não faltarão meios para resolver as necessidades assistenciais", em que se inserem acordos com, por exemplo, o Hospital das Forças Armadas.
"A nossa aposta é primeiro procurar respostas de proximidade. Quando uma região começa a ficar saturada, em lugar de transferir logo para o hospital mais próximo, pode ser preferível transportar para um hospital um pouco mais longínquo para ter ali uma bolsa de oxigénio para responder", explicou.
Marta Temido revelou ainda que o Presidente da ARS do Norte "está a terminar o seu isolamento, na sequência de um contacto" com um doente Covid-19 positivo, não tendo acusado a doença.
A governante revelou ainda que o nosso país tem, de momento, "340 doentes internados em Cuidados Intensivos". Já questionada sobre quantas restam, Temido reiterou que, no total, há "no SNS 18.264 camas e, portanto, é fazer as contas".
[Última atualização às 15h24]