"Não é o contingente ideal, mas neste momento é o possível. Abre [segunda-feira] com cerca de 20 profissionais desde clínicos a auxiliares. Houve muita dificuldade em conseguir recursos humanos para este centro, mas graças aos esforços de todos podemos arrancar e materializar algo essencial para uma zona que está com grande pressão", disse à agência Lusa o presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto, Marco Martins.
Planeado para acolher até 50 pessoas infetadas com o novo coronavírus, o segundo Centro de Retaguarda covid-19 do distrito do Porto localiza-se no antigo hospital da Santa Casa da Misericórdia de Paços de Ferreira, podendo "numa fase de arranque" acolher 35 doentes.
Marco Martins descreveu que "as autoridades vão continuar o trabalho de recrutamento de profissionais" de forma "a alagar e garantir as condições" para acolher mais pessoas.
O recrutamento está a ser levado a cabo pela Segurança Social, via Cruz Vermelha Portuguesa, com o apoio da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte), bem como do Agrupamento de Centros de Saúde local.
Este será o segundo centro de retaguarda para doentes que testaram positivo à covid-19, sendo que o primeiro, que abriu a 26 de outubro no Seminário do Bom Pastor, em Valongo, acolhe "entre 35 a 40 doentes", acrescentou Marco Martins, salvaguardando que "a ocupação tem decorrido com uma grande taxa de rotatividade".
Em causa estão estruturas criadas no distrito do Porto para infetados com o novo coronavírus que não tenham retaguarda ou condições em casa ou nas instituições onde vivem, mas que possam sair do hospital, aliviando assim a pressão que as unidades de saúde registam com a pandemia da covid-19.
A 11 de novembro, numa visita na qual participaram o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Sales, o secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro, bem como membros da Proteção Civil Distrital e da ARS-Norte, ao centro de retaguarda que funciona do Seminário do Bom Pastor, os responsáveis admitiram dificuldade em conseguir profissionais para alocar a estas estruturas.
"Faltam recursos humanos, que é algo que em 12 horas se resolve", disse Marco Martins.
Paços de Ferreira, a par de Lousada e Felgueiras, foram os primeiros concelhos do país a ficar semiconfinados na segunda vaga da pandemia.
Nestes municípios do distrito do Porto, o Governo decretou, a partir de 23 de outubro, o dever de permanência no domicílio, a proibição de quaisquer celebrações e eventos com mais de cinco pessoas (salvo se pertencerem ao mesmo agregado familiar), bem como a obrigatoriedade de os estabelecimentos encerrarem às 22:00, com algumas exceções.
Esta zona é apoiada pelo Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, equipamento que a 03 de novembro chegou a registar 10% dos internamentos nacionais por covid-19 com 235 internados.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,3 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 3.897 em Portugal.