O virologista Pedro Simas assegurou, este domingo, que a rapidez com que as vacinas contra a Covid-19 foram criadas não compromete a segurança do antiviral.
"Nós [cientistas] sabíamos como fazer a vacina. Já usávamos esta vacina para animais domésticos contra infeções de coronavírus. Portanto, a base e a estratégia de fazer a vacina já a conhecíamos", começou por argumentar o especialista, em declarações à RTP.
Além disso, sublinhou também Pedro Simas, o avanço tecnológico dos últimos 10 anos permitiu acelerar uma data de etapas no processo de criação da vacina: "Hoje em dia, conseguimos, por exemplo, logo em janeiro deste ano, isolar o vírus e passado uma semana já tínhamos o SARS-CoV-2 completamente descodificado. Isto há 30 anos demorava meses".
Ainda segundo o virologista, outros fatores que contribuíram significativamente para que a vacina fosse produzida tão rapidamente foram: o corte burocrático, o foco de toda a comunidade científica e industrial na realização da vacina e a produção da vacina quando se estavam a aproximar os ensaios clínicos. Sobre este último motivo, Pedro Simos frisou: "Fez-se uma coisa sem precedentes. (...) Por isso, é que a vacina foi agora aprovada para uso excecional e já há vacina para distribuir".
É de recordar que Portugal irá receber 22 milhões de doses de vacinas contra o novo vírus. A primeira fase de vacinação deverá ocorrer já no próximo mês de janeiro, estando previsto que idosos, residentes de lares, profissionais de saúde, elementos das forças de segurança e da Proteção Civil sejam os primeiros a receber o antiviral.