O Ministério do Ambiente e da Ação Climática, em articulação com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), procederá "de imediato a uma participação junto do Ministério Público sobre os acontecimentos na Herdade da Torrebela, no concelho da Azambuja", informou o Ministério de João Pedro Matos Fernandes, num comunicado enviado às redações.
Recorde-se que cerca de 540 animais foram abatidos durante uma montaria, realizada, no dia 17 de dezembro, na Quinta da TorreBela, em Aveiras de Cima, concelho da Azambuja, e onde terão participado 16 caçadores.
Na nota enviada às redações, o Ministério do Ambiente indica que no processo de averiguação realizado pelo ICNF, no qual está a ser coadjuvado por uma brigada da GNR/SEPNA, "foram recolhidos fortes indícios de prática de crime contra a preservação da fauna" e acrescenta que o ICNF "irá proceder à suspensão imediata da licença da Zona de Caça Turística de Torrebela (nº 2491-ICNF)".
As averiguações do ICNF permitiram recolher fortes indícios de incumprimento por parte da entidade concessionária da zona de caça, entre as quais "as respeitantes ao fomento e gestão sustentável da fauna".
A tutela de Matos Fernandes irá ainda convocar o Conselho Nacional da Caça para, no início do ano, se realizar uma reflexão sobre a prática de montarias em Portugal. "É entendimento do Ministério que são necessárias alterações à lei para impedir que os vis acontecimentos relatados se repitam", pode ler-se no comunicado.
Por fim, o Ministério realça que "entende que as denúncias e notícias sobre o abate indiscriminado de animais na Herdade da Torrebela nada tem a ver com a atividade cinegética, entendida como uma prática que pode contribuir para a manutenção da biodiversidade e dos ecossistemas".