Esta terça-feira regressam as conferências da Direção Geral da Saúde (DGS) e também a diretora Graça Freitas que, recorde-se, esteve afastada desde o passado dia 2 por ter testado positivo à Covid-19 e ter tido sintomas, ainda que ligeiros. No regresso, a diretora-Geral apelou a que se continuem a seguir as normas para evitar a propagação da Covid-19, agradecendo a todos os que lhe "desejaram as melhoras".
Ao apresentar os valores de hoje do boletim epidemiológico, a diretora-Geral da Saúde revelou que se mantém, "no geral, uma tendência epidémicadecrescente". A taxa de letalidade global "tem-se mantido estável e é, neste momento, de 1,6%", e a taxa de letalidadeacima dos 70 anos "é de 10%", disse ainda. Já a incidência cumulativa, feitapor 100 mil habitantes, "reduziu de 502 para 490 casos de infeção, mantendo-se assimetrias por concelho e região do país".
Graça Freitas deixou ainda mensagens aos portugueses nesta época festiva, sublinhando que "o número de contactos por cada indivíduo aumenta a nossa probabilidadede contágio". "Nesta época, o convívio, pode assumir um grande relevo na transmissão do vírus" e, assim, "os afetos devem ser transmitidos mantendo a distância física".
A diretora-Geral frisou também que "temos uma responsabilidade acrescida de, nestas festas, não retroceder no número de casos". Recomendando que cada um cumpra no seu concelhoas regras que estiverem instituídas, Graça Freitas deixou uma mensagem aos que estão isolados: "Não devem ver outras pessoas. Não devem sair de casa nem devem receber visitas".
"Senti-me sempre acompanhada"
Questionada sobre a sua experiência durante a infeçãopelo novo coronavírus, Graça Freitas explicou: "Senti-me sempre acompanhada". Sobre o momento em que se contagiou, a responsável avançou que tal aconteceu na DGSonde estavam "todos a cumprir as regras, as pessoas que estavam comigo estavam sempre com máscara, tínhamos higienizado as mãos, mas provavelmente o arejamento pode não ter sido o ideal".
A diretora-Geral considerou que"a rapidez com que se atua é muito importante", porque tal permitiu que se "isolasse" e não contagiasse outras pessoas. Quanto ao momento em que será vacinada, esperará "pela sua vez". "Terei todo o gosto em ser vacinada e em reforçar a imunidade que o vírus me vai dar".
Já sobre os sintomas que teve, a "tosse persistente" foi aquele que impediu que Graça Freitas tivesse alta mais precocemente. "O sintoma mais acentuado que tive, por isso é que fiquei 20 dias até à cura clínica, foi a tosse. Por volta do nonoou décimo dia passei a ter tosse", afirmou, explicando quesentiu prostração, mas nunca perda de olfato ou de paladar.
Quanto à situação de isolamento profilático em que o primeiro-ministro António Costa se encontra após um encontro com o presidente francês, a responsável foi taxativa: "O primeiro-ministro está a ser tratado como um cidadão deste país".
Nova estirpe? "Dados são ainda prematuros"
O diretor do Departamento da Qualidade na Saúde da Direção-Geral da Saúde, Válter Fonseca, explicou que "relativamente à nova variante identificada no Reino Unido, os dados são ainda prematuros". Mas "não parecem demonstrar, nesta fase, qualquer impacto no aumento da hospitalização ou da mortalidade das pessoas com Covid-19".
As autoridades portuguesas "estão a acompanhar de perto" a situação, "nãosendo ainda, neste momento, detetadaesta estirpe em Portugal nos dados que são conhecidos". Sobre as vacinas, "é possível que com este tipo de mecanismos algumas mutações que vão sendo detetadas no vírus" se mantenham "pelo menos uma parte da sua eficácia".
Assim, e à "luz dos dados que temos" hoje, "é expectável que a vacina tenha alguma manutenção da sua eficácia mesmo para esta estirpe", sublinhando o diretor que "ainda é prematuro" fazer considerações.
Já quanto a efeitos adversos, a "maior partesão relativamente raros e ligeiros": dores articulares, dores musculares e febre ligeira.
De recordar que aDireção-Geral da Saúde contabilizou, nas últimas 24 horas,mais 63 mortes e 2.436 infetados com Covid-19, como revela o boletim desta terça-feira. No total, desde que foi registado o primeiro caso do novo coronavírus em Portugal,já foram contabilizados 6.254 óbitos e 378.656 casos da doença provocada pelo vírus.
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[Última atualizaçãoàs 16h01]
