Em comunicado, a APG/GNR alude ao caso de dois profissionais da GNR, que no decorrer das "suas funções policiais foram baleados com gravidade, havendo a morte de um cidadão a lamentar".
Além de deixar "uma palavra de alento" aos profissionais envolvidos, bem como "o desejo de rápidas melhoras" num "ano especialmente atípico", pela condição pandémica, social e económica, a APG/GNR sublinha que "não pode deixar passar este episódio em branco e, mais uma vez e de acordo com as ações desenvolvidas pela Direção Nacional da GNR, reiterar a necessidade de dignificar a condição policial nesta força de segurança".
No entender da Apg/GNR, apesar de episódios como este "ilustrarem o perigo e desgaste" da profissão, por vezes "até de forma trágica e irreparável, sobretudo quando se perdem vidas ao serviço da segurança pública, continua a ignorar-se o risco" que estes profissionais da GNR enfrentam, conferindo-se uma "importância menor" às suas funções, que são "centrais, essenciais e imprescindíveis em democracia".
De acordo com a APG/GNR, se o exercício da segurança pública não comporta risco ou desgaste e isso não é reconhecido por via da compensação remuneratória e reconhecimento legal, a associação questiona então quais são as funções que comportem risco comparável.
"Urge modernizar e melhorar as condições de trabalho destes profissionais, sendo que a APG/GNR está, como sempre esteve disponível para um diálogo sério e concertado na procura de soluções que se materializam no terreno e se mostrem capazes de facto melhorar as condições de segurança dos profissionais da GNR e, consequentemente, incrementar o sentimento de segurança dos cidadãos", avnaça a APG/GNR.
A coordenação de Lisboa da APG/GNR lamenta ainda, no mesmo comunicado, que o responsável pela instituição (GNR) ainda "não tenha vindo a público esclarecer os factos e que o ministro da tutela ainda não tenha tido a disponibilidade de agenda para publicamente reconhecer o risco a que diariamente os profissionais da GNR estão sujeitos e quiçá repudiar mais este atentado ao Estado de direito democrático".
Entretanto, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, pediu hoje à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) a abertura de um inquérito sobre o tiroteio de terça-feira no Seixal.
Numa nota do Ministério, Eduardo Cabrita vincou a necessidade de "apuramento dos factos e de eventuais responsabilidades" e desejou também "uma rápida e plena recuperação aos dois militares da GNR feridos nesta operação".
Segundo um comunicado divulgado na terça-feira pela GNR, na sequência do cumprimento de um mandado de detenção, dois militares daquela força policial abordaram o suspeito, que se encontrava "acompanhado por uma mulher, tendo este reagido e disparado contra um dos militares, seguindo-se uma troca de tiros".
"Desta situação, ambos os militares, bem como a mulher, ficaram feridos, estando a ser prestada a assistência médica", indica a nota.
A GNR revelou ainda que o suspeito acabou por morrer no local e que foi ainda detido um homem por resistência e coação.
De acordo com a GNR, a Polícia Judiciária (PJ) foi "chamada ao local", já que a investigação dos factos em causa estão nas competências exclusivas daquela polícia.