Lisboa. Ministra manda hospitais suspenderem toda a atividade não urgente

Objetivo é que os hospitais concentrem os recursos humanos na área dos cuidados intensivos, com efeitos imediatos.

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Notícias Ao Minuto
06/01/2021 14:35 ‧ 06/01/2021 por Notícias Ao Minuto

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Lisboa

A ministra da Saúde, Marta Temido, enviou um email à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo a pedir que todos os hospitais concentrem os recursos humanos na área dos cuidados intensivos, com efeitos imediatos, avançou o Expresso. Em resposta ao Notícias ao Minuto, o Ministério da Saúde esclareceu que a decisão surge "para dar resposta a necessidades de internamento decorrentes de uma procura potencialmente crescente"

O email foi enviado ao presidente da ARS e ordena que os hospitais da região de Lisboa "devem, de imediato, escalar os seus planos de contingência para o nível máximo" e "garantir a alocação de meios humanos à área dos cuidados críticos", segundo o Expresso. 

"Face à recomendação da Comissão de Acompanhamento da Nacional em Medicina Intensiva para a Covid-19 (CARNMI)  na reunião de trabalho havida ontem, para análise da situação epidemiológica regional e da ocupação de camas na Região de LVT, considerou-se necessário que os hospitais da região escalassem os seus planos de contingência para dar resposta a necessidades de internamento decorrentes de uma procura potencialmente crescente", disse fonte oficial do Ministério da Saúde, em resposta às questões colocadas pelo Notícias ao Minuto

Esclarece ainda o gabinete de Marta Temido que a "orientação sobre atividade a cancelar é, como tem sido sempre, para situações de atividade assistencial programada (não urgente) que, pela sua natureza ou prioridade clínica, não implique risco de vida para os utentes, limitação do seu prognóstico e/ou limitação de acesso a tratamentos periódicos ou de vigilância". 

O objetivo é assegurar que, "sendo necessário, existe aumento da capacidade de resposta ao doente crítico". 

Portugal contabilizou, nas últimas 24 horas, 91 óbitos e 10.027 infetados por Covid-19, revelou esta quarta-feira, dia 6 de janeiro, a Direção-Geral da Saúde (DGS). O número de casos diários hoje reportado é o mais elevado desde o início da pandemia no país.

A ministra da Saúde alertou, também esta quarta-feira, que Portugal enfrenta uma nova "fase de imensa pressão" no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que os próximos dias vão ser "muito duros", devido ao crescimento de casos de Covid-19.

"Estamos novamente numa fase de imensa pressão no SNS e estamos a procurar responder, mas precisamos da ajuda de todos", afirmou a ministra, no início da vacinação na Unidade de Cuidados Continuados Integrados da Misericórdia de Mora, Évora.

Ainda de acordo com o Expresso, Marta Temido frisa a necessidade de "garantir resposta a uma procura que se prevê crescente nos próximos dias".

Questionada pelos jornalistas sobre a falta de profissionais no SNS, a titular da pasta da saúde sublinhou que "os hospitais têm autorização para todas as contratações que possam fazer", mas notou que "o mercado de trabalho na área da saúde, não só o português, mas também outros, está com muita falta de recursos".

"As pessoas já estão a acusar cansaço, são muito meses, muito desgaste e trabalho e há também dificuldade em lidar com esta pressão", pelo que todos têm de "ajudar a parar a transmissão do vírus, porque é a melhor forma de conseguir a ajudar os profissionais de saúde", vincou.

A ministra da Saúde salientou que a tutela "tem trabalhado em rede e diariamente" com todos os hospitais, administrações e serviços de saúde e todos têm procurado fazer "uma gestão de camas e de fluxos".

[Notícia atualizada às 16h01 com a resposta do Ministério da Saúde.]

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