A Associação de Estudantes da Escola Superior de Dança (AEESD), convocou a manifestação e greve, com início previsto para as 09:00, nas instalações do ISEL, onde se encontram provisoriamente desde 2018.
"De momento, verifica-se uma grande falta de espaços físicos para a realização da vida da ESD: os já poucos estúdios para a atividade prática estão condicionados a temperaturas extremamente insuportáveis, a humidade e dimensões insuficientes", segundo a AEESD em comunicado enviado à Lusa.
A distância de segurança exigida pela conjetura pandémica de covid-19 piorou esta situação, referiu, porque "alguns estúdios não podem ser utilizados, mas as turmas foram desdobradas".
A ESD está, há dois anos, a funcionar nas instalações do ISEL na sequência de uma manifestação convocada pela AEESD e realizada em 8 de janeiro de 2018, que contestou as condições precárias das então instalações da Escola no Palácio Marquês de Pombal, no Bairro Alto, em Lisboa.
Esse espaço foi encerrado com urgência e a Escola Superior de Dança (ESD) foi transferida provisoriamente para o ISEL, tendo sido indicado que em quatro anos a ESD estaria inserida num local próprio no Campus de Benfica do Instituto Politécnico de Lisboa.
A presidente da AEESD, Daniela Bairua Gonçalves, afirma em declarações à Lusa que a falta instalações está a prejudicar a formação dos alunos, exigindo "soluções imediatas" ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Em paralelo, a manifestação tem ainda como objetivo reivindicar a concretização da tomada de posse de Samuel Costa Lopes do Rego, diretor eleito em julho de 2020, ainda não realizada devido a uma alegada lacuna na legislação.
No dia 5 de janeiro de 2021, foi designado pela presidência do Instituto Politécnico de Lisboa um diretor interino, decisão que não agradou aos estudantes.
"Ao fim de sete meses, não são aceitáveis propostas temporárias que só prejudicam mais a ESD. Houve um processo eleitoral democrático válido, e que deverá ser respeitado, colocando em funções o diretor que foi escolhido para representar e trabalhar na ESD", defende a AEESD em comunicado.
Daniela Bairua Gonçalves diz à Lusa que a manifestação se irá realizar mesmo esperando medidas mais restritivas do Governo no âmbito da pandemia de covid-19.
"Pelo que temos ouvido na comunicação social, o ensino superior não vai parar. Como a manifestação vai acontecer dentro do recinto da Escola, vamos avançar normalmente, com todas as regras de segurança" e ao ar livre, declara a Presidente da Associação de Estudantes.
A AEESD estima uma participação na greve e manifestação a rondar os 90% dos alunos, a que se irão juntar professores.
A manifestação contará ainda com a presença confirmada da Federação Académica de Lisboa, Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico, Associação Estudantes do ISEL, Brigada Estudantil, e representantes do Bloco de Esquerda, Partido Livre e Juventude Comunista Portuguesa.