MP acusa agressor de Bruno Candé de homicídio por ódio racial
Evaristo Marinho foi militar na Guerra Colonial em Angola.
© Facebook/Bruno Candé Marques
País Bruno Candé Marques
Evaristo Marinho, de 76 anos, o homem que matou Bruno Candé Marques, no dia 25 do passado mês de julho, em plena luz do dia em Moscavide, foi acusado pelo Ministério Público (MP) do crime de homicídio qualificado, agravado por ódio racial, avança o Público. Quando baleou o ator, o homem "referiu em concreto à cor da sua pele".
"Vai para a tua terra, preto!", "Tens toda a família na senzala e devias também lá estar", "Fui à c*** da tua mãe e daquelas pretas todas! Eu violei lá a tua mãe" e "Anda cá que levas com a bengala, preto de m****" foram as expressões dadas como provadas pelo Ministério Público e que constam no despacho de acusação.
Recorde-se que no dia 27 de julho, dois dias após o crime, o homem, ex-militar na Guerra Colonial em Angola, foi ouvido no Tribunal de Loures (distrito de Lisboa), tendo-se "remetido ao silêncio". Ficou a aguardar julgamento em prisão preventiva.
Num comunicado divulgado nesse mesmo mês, a família de Bruno Candé Marques referiu que o ator "foi alvejado à queima-roupa, com quatro tiros, na rua principal de Moscavide", e que "o seu assassino já o havia ameaçado de morte três dias antes, proferindo vários insultos racistas".
A família mencionou que a vítima, de 39 anos, era ator da companhia de teatro Casa Conveniente desde 2010, tendo participado em telenovelas.
Como tudo aconteceu
O alerta para a situação de disparos na avenida de Moscavide ocorreu pelas 13h20 em 25 de julho, e quando a Polícia de Segurança Pública (PSP) chegou ao local encontrou "um homem que tinha sido baleado em várias zonas do corpo por outro homem".
Fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP disse à Lusa, na altura, que o óbito foi declarado no local e que o homem responsável pelos disparos foi detido, tendo-lhe sido apreendida uma arma de fogo.
Posteriormente, em declarações aos jornalistas no local, o comissário do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP Bruno Pires adiantou que a vítima tinha "cerca de 40 anos" e o suspeito de homicídio tinha "cerca de 80 anos".
De referir que "o detido, após os disparos, foi retido por populares até à chegada da PSP", e "não ofereceu resistência".
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