"Os próximos dias são duríssimos, por favor ajudem-nos todos"
A ministra da Saúde sublinhou hoje que não há recursos humanos no Hospital de Miranda do Corvo e apelou aos partidos que parem de "enganar os portugueses" quando dizem que a instalação não está a ser aproveitada.
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País Covid-19
O tema foi levantado hoje pelo deputado único da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, na reta final do primeiro debate do ano com o governo sobre política geral, na Assembleia da República, que durou mais de três horas.
O liberal lembrou que António Costa tinha ficado "contente" com a disponibilização da Cidade do Futebol para acolher doentes, com 44 quartos, mas que "há um hospital novinho [em Miranda do Corvo, distrito de Coimbra] por estrear" que tem "54 quartos".
"Por várias vezes me perguntaram pelo Hospital de Miranda do Corvo, volto a dizer, onde está o hospital? (...) O que temos são camas, o que temos é espaço, o que temos é um contrato que o Serviço Nacional de Saúde já tem com esse mesmo hospital para cerca de 80 camas de cuidados continuados integrados", esclareceu Marta Temido.
"Os próximos dias são duríssimos por favor ajudem nos todos"
Temido chegou a dizer que "o tempo é demasiado grave" para que os portugueses se percam "em questões que não têm correspondência na realidade".
"Não há um hospital onde há camas e onde há espaço, isso não é um hospital. Paremos de enganar os portugueses. Há enfermeiros para mandar para lá? Há médicos para mandar para lá? Não há. Houvesse e seria isso que faríamos agora", respondeu a ministra.
A responsável pela tutela da saúde notou que o SNS realizou juntamente com os outros operadores um milhão de testes em novembro e dezembro e até agora em janeiro "cerca de 54 mil testes", salientando que o governo está a confiar que as empresas produtoras das vacinas vão garantir a entrega de doses prevista e necessária para, por exemplo, vacinar idosos nos lares.
"Este é um momento de união, este é um momento em que precisamos de todos, os portugueses lá fora estão a nossa espera. Os próximos dias vão ser duríssimos, por favor ajudem-nos todos", apelou a ministra, emocionada.
O primeiro-ministro teve hoje o primeiro debate do ano sobre política geral no parlamento, numa altura em que a epidemia de Covid-19 atingiu níveis máximos em Portugal, com o Governo a agravar sucessivamente as medidas de confinamento.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.041.289 mortos resultantes de mais de 95,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 9.246 pessoas dos 566.958 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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