Um cabeleireiro de Braga deu recentemente entrada de uma ação urgente contra o Estado, no âmbito das restrições impostas para controlar a pandemia de Covid-19. A gerente do espaço defende que deve haver "igualdade" e que, "se não é possível prestar serviços de cabeleireiro, então ninguém os pode prestar".
A ação, que visa a proteção de direitos, liberdades e garantias, deu entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga depois de a gerente, Vânia Oliveira, ter visto, nas redes sociais, uma "figura pública a receber tratamentos de cabeleireiro". Em nota enviada às redações, a gerente confessa que já tinha falado com os advogados sobre o tema, mas foi quando viu as imagens que decidiu agir. Vânia sentiu "revolta" e decidiu, "sem medos, que tinha que fazer alguma coisa", não por si, mas pelas "trabalhadoras e por todos os que estão fechados e em dificuldades”.
Embora reconheça que “o cenário é assustador ao nível da saúde pública" e que deve haver "restrições", Vânia Oliveira pede que “haja igualdade, proporcionalidade. Se não é possível prestar serviços de cabeleireiro, então ninguém os pode prestar. Além disso, tem que haver igualdade no tratamento dos vários setores, até porque existem exceções na lei que estão com possibilidade de abertura, são focos grandes de contágio, mas não foram obrigados a encerrar”.
“Nós queremos discutir o que se passa no país. E isto não é só na nossa área. Podemos ir ao supermercado buscar comida e comprar bebidas, mas no take-away não podemos trazer uma garrafa de água. Se encomendarmos pela Uber, já podemos ter bebida. Isto não me faz sentido”, confessa a gerente.
"A saúde está preocupante. Fechamos? Sim. Mas então que nos tratem a todos por igual e os apoios aconteçam, sem entraves, porque a fome e as dificuldades estão a surgir”, remata.
De salientar que a apresentadora Cristiana Ferreira partilhou, no Instagram, imagens onde mostra que está a ser atendida por cabeleireiros, o que tem gerado polémica nas redes sociais.
Cristina Ferreira© Instagram
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