"A resiliência do sistema de saúde e do SNS foi duramente posta à prova"

A ministra da Saúde, Marta Temido, fala esta quarta-feira na audição regimental da Comissão Parlamentar de Saúde, onde, mais tarde, também será ouvida a Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19.

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© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images

Anabela Sousa Dantas
10/02/2021 10:22 ‧ 10/02/2021 por Anabela Sousa Dantas

País

Covid-19

Marta Temido começou, esta quarta-feira, a sua audição na Comissão Parlamentar de Saúde por detalhar o trabalho no âmbito do combate à pandemia, os resultados da ação governativa na área da Saúde em 2020, enumerando também as principais linhas de ação para 2021.

A governante enumerou as várias áreas em que o governo conseguiu reforçar a sua ação, como na capacidade de rastreio e na capacidade laboratorial.

Marta Temido assumiu uma redução nas consultas, nas cirurgias, no serviço de urgência hospitalar, sublinhando a criação de um mecanismo de incentivo para a recuperação de primeiras consultas ou cirurgias.

A ministra indicou que a rede pública acrescentou mais de 9 mil trabalhadores e que, em 2020, foi possível aumentar níveis de investimento (em 63% face ao período homólogo) no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Marta Temido admitiu que "a resiliência do sistema de saúde e do SNS foi duramente posta à prova, mas acreditamos que a resposta foi dada, embora reconhecendo com humildade que há coisas que podemos melhorar".

Como principais linhas de ação para 2021, a governante anunciou um reforço da vacinação contra a Covid-19 e a "maximização da utilização daquilo que são os métodos de diagnóstico e da rede laboratorial pública", assim como a aprovação do estatuto do SNS, que o governo pretende que seja "concretizado do primeiro semestre do ano em curso".

O primeiro deputado fazer a sua intervenção foi Ricardo Batista Leite (PSD), que descreveu o mês de janeiro como "o mais sombrio na existência do SNS" e que criticou a falta de preparação do governo. "Muitos têm sido os especialistas que têm dito que um dos nossos problemas é que temos sempre andado atrás do vírus", afirmou, citando Manuel Carmo Gomes e algumas ideias por ele apresentadas.

O deputado social-democrata apelou a uma mudança de política de testagem, a uma alteração da estratégia de rastreamento e a novos modelos de resposta para o isolamento. "O confinamento geral é a pior medida e é única que se pode usar quando tudo o resto falhou", terminou.

Em resposta, Marta Temido passou a palavra ao secretário de Estado-adjunto da Saúde, António Sales, que começou por responder que a realidade relativamente à política de Recursos Humanos "ultrapassa a dimensão das palavras e das narrativas", assumindo que "nunca haverá um modelo perfeito" para aquilo "que são as necessidades do país".

António Sales anunciou que foi implementada uma nova metodologia no que diz respeito aos inquéritos epidemiológicos e rastreadores, que é o isolamento de contactos prévios.

Pode acompanhar a audição em direto, aqui.

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