Portugal já recebeu 694.800 doses da vacina contra a Covid-19
Esta semana, Portugal vai ainda receber 104.230 doses da Pfizer/BiotTech e 93.600 doses da AstraZeneca. À data, o país tem uma cobertura vacinal estimada de 2,02%, adiantou Marta Temido esta segunda-feira.
© Pedro Fiúza/NurPhoto via Getty Images
País Covid-19
Portugal recebeu, até à passada sexta-feira, 694.800 doses da vacina contra a Covid-19, como anunciou Marta Temido, esta segunda-feira, em conferência de imprensa depois de mais uma reunião do Governo com a Task Force responsável pelo plano de vacinação.
Das doses de fármaco recebidas, 42.900 foram enviadas para as regiões autónomas. Como adiantou a ministra da Saúde, Portugal vai ainda hoje receber uma encomenda da Pfizer/BiotTech de 104.230 doses e para a próxima sexta-feira está ainda prevista a chegada de 93.600 doses vacina da AstraZeneca.
Portugal esperava receber, de acordo com a quantidade contratada, um total de 4.4 milhões de vacinas no primeiro trimestre. Porém, de acordo com os atrasos das farmacêuticas que têm vindo a público, "o plano de entregas no final do primeiro trimestre é 2.5 milhões de vacinas. Há uma aproximação às quantidades contratadas", mas que só poderá ser confirmada semanalmente.
A governante fez ainda uma atualização do número de vacinas contra a Covid-19 administradas, sendo que, até às 13h desta segunda-feira, foram feitas "533.070 inoculações". Deste valor, "cerca de 333 mil" correspondem a primeiras doses e "cerca de 200 mil a segundas".
De acordo com os dados das autoridades de saúde, a "cobertura vacinal estimada é de 2,02% na população residente no continente, ou seja, 5,40 doses por 100 pessoas", revelou ainda a ministra.
Foi no domingo disponibilizado um simulador, lembrou Marta Temido, que "permite saber se a pessoa com mais de 50 anos e uma das quatro doenças [com probabilidade de internamento ou óbito] ou com mais de 80 anos consta das listas para pessoas com indicação de vacinação". Esta plataforma, reconheceu, "carece de melhorias e correções que estão a ser feitas"
Luís Goes Pinheiro, presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, que marcou igualmente presença na conferência de imprensa, assumiu também que há "dificuldades" no uso da plataforma, sobretudo relativamente a pessoas que não têm Cartão do Cidadão, mas apenas Bilhete de Identidade.
Em direto: Declaração após Reunião sobre o Plano de Vacinação no combate à Covid19 https://t.co/X58wpZJvIn
— República Portuguesa (@govpt) February 15, 2021
Em relação a este "erro mais frequente", detalhou o responsável que "a informação do Cartão do Cidadão transita para os sistemas de saúde. Quando as pessoas não o têm - e isso acontece muito no universo de pessoas de mais idade porque têm Bilhete de Identidade vitalício -, alguém ou apontou num documento em papel, antes de haver sistemas de informação, o nome da pessoa, ou introduziu num sistema a identificação do mesmo. É normal, quando há esta intervenção humana, que haja lapsos na transcrição do número e portanto deixa de haver uma identificação absoluta".
Para "minimizar" este erro, "estamos a deixar de validar todos os elementos, dispensando aqueles que em regra são mais vítimas destes lapsos, designadamente os 'de', os 'das', os 'dos' e os 'e'", explicou ainda Luís Goes Pinheiro.
"Situação caminha para uma certa estabilidade"
Sobre a ajuda internacional que Portugal tem recebido, recordou Marta Temido que é aguardada a chegada de duas equipas da França e do Luxemburgo, sendo que "uma vai ficar no Garcia de Orta e outra no Hospital Espírito Santo de Évora a apoiar as respostas que estas duas unidades dão".
Há outros Estados-Membros, acrescentou, "que se disponibilizaram a apoiar. Consideramos os apoios importantes até para testar articulações que possam vir a ser necessárias". Marta Temido afiançou ainda que a "situação caminha para uma certa estabilidade", considerando também os dados do boletim epidemiológico desta segunda-feira, que dá conta de mais 90 mortos e 1.303 novos casos de Covid-19.
Em relação ao rasteio de contactos, Marta Temido considerou que "todas as pessoas com formação nessa área são essenciais". Este tema assume especial relevância sobretudo no decurso deste ano, em que "será expectável o desenvolvimento das atividades assistenciais não covid" e o país precisará "de retomar o trabalho assistencial". Por isso, "outros profissionais com essas capacidades [de realização de rasteio] são uma vantagem".
Lisboa e Vale do Tejo (LVT) é a região do país com "maior pressão" nos serviços Covid-19 e esta realidade, indicou a governante, "mantém-se", como resulta das reuniões entre o Ministério da Saúde e a Administração Regional de Saúde (ARS) de LVT.
Apesar dessa pressão, e face ao decréscimo do número diário de infeções por SARS-CoV-2 que se tem assistido a nível nacional, "há hospitais que estão a começar a reverter enfermarias covid em não covid". Este será, como assumiu Marta Temido, "um caminho lento e difícil. O Serviço Nacional de Saúde precisa de conseguir responder a essas necessidades [não Covid] e é indesejável mantermo-nos com números de resposta à Covid como temos neste momento. Ainda temos cerca de 800 doentes em cuidados intensivos".
O passaporte imunitário, que tem sido equacionado por diversos Estados-membros, "merece a nossa atenção", reconheceu a ministra, admitindo porém que este não é o momento para a sua aplicação. "Temos evidentes restrições no acesso à vacinação" e o passaporte poderia representar "um constrangimento ao ser utlizado". No futuro "poderá ser uma alternativa equacionável ao teste negativo" exigido por vários países.
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