"O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa congratula calorosamente a professora doutora Elvira Fortunato pelo Prémio Pessoa 2020, um reconhecimento merecido pela importância do seu trabalho na área da eletrónica flexível, com grande impacto na indústria mundial e que demonstra uma preocupação ambiental pelo uso de materiais ecossustentáveis, recicláveis e de baixo custo", lê-se numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet.
Nesta mensagem, o chefe de Estado elogia Elvira Fortunato pela sua "excelência a nível científico e de inovação" e destaca os "inúmeros prémios e distinções a nível internacional" atribuídos à cientista portuguesa, "pioneira na área de eletrónica flexível, em particular nos transístores de papel".
"Em 2015 foi nomeada presidente da comissão organizadora das comemorações do Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas, e é desde junho de 2016, por nomeação do Presidente da República, membro do Conselho das Ordens Nacionais portuguesas. Foi-lhe atribuído o grau de grande-oficial da Ordem do Infante D. Henrique em 2010", assinala-se na nota.
Elvira Fortunato, de 56 anos, foi distinguida com o Prémio Pessoa por "uma carreira de excecional projeção, dentro e fora do país" e pelo "contributo notável para o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação português", afirmou Francisco Pinto Balsemão, que preside ao júri.
Para o júri, "a ciência e a inovação são sinónimos da carreira de Elvira Fortunato", sublinhando o "trabalho pioneiro na área da eletrónica transparente, usando materiais sustentáveis e com processamento completo à temperatura ambiente, e de grande impacto na indústria eletrónica mundial".
Cientista, professora catedrática e vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa, Elvira Fortunato é especialista em microeletrónica e optoelectrónica, e o transístor de papel foi uma das inovações pela quais se destacou.
"A ideia de usar o papel como um 'material eletrónico' abriu portas, em 2016, para futuras aplicações em produtos farmacêuticos, embalagens inteligentes ou microchips recicláveis, ou até páginas de jornal ou revistas com imagens em movimento", relembra o júri.
O Prémio Pessoa, no valor de 60 mil euros, é uma iniciativa do semanário Expresso e da Caixa Geral de Depósitos, que visa reconhecer a atividade portugueses com papel significativo na vida cultural e científica do país.