Portugal ainda está a decidir o que fazer em relação à vacina da Johnson & Johnson, fármaco que o regulador europeu continua a recomendar, apesar de reconhecer que é possível que haja uma ligação entre o uso da vacina e a formação de coágulos raros.
Assim, cabe a cada país decidir usar ou não a vacina em causa, com base na situação nacional.
"Acabámos de ter a notícia das decisões da EMA. Estamos a refletir sobre as consequências do que se vai fazer", disse o vice-almirante Gouveia e Melo, responsável pela task-force da vacinação contra a Covid-19.
"As coisas têm de ser todas ponderadas pelas autoridades de saúde, pela autoridade técnica do medicamento. É o que está a acontecer neste momento", acrescentou.
A decisão de Portugal deverá ser anunciada esta quarta-feira, durante uma conferência de imprensa conjunta entre o Ministério da Saúde, a Direção-Geral da Saúde (DGS) e a task force liderada por Gouveia e Melo.
Em comunicado, o regulador europeu confirmou que "encontrou possível ligação a casos muito raros de coágulos de sangue invulgares com plaquetas sanguíneas baixas, [...] mas confirma que o risco-benefício global permanece positivo".
A estrutura aponta que o seu comité de segurança sobre medicamentos humanos decidiu por isso, na reunião desta terça-feira, que "um aviso sobre coágulos de sangue invulgares com plaquetas sanguíneas baixas deve ser acrescentado à informação sobre o produto relativo à vacina Janssen", devendo tais eventos ser "listados como efeitos secundários muito raros da vacina".
Em causa está uma investigação da EMA a oitos casos raros de coágulos sanguíneos associados a baixos níveis de plaquetas sanguíneas após toma da vacina nos Estados Unidos, um dos quais foi mortal, de um universo de sete milhões de pessoas vacinadas.
Como a covid-19 "está associada a um risco de hospitalização e morte", a EMA insiste que "os benefícios globais da vacina Janssen na prevenção da doença superam os riscos de efeitos secundários".
Entendimento semelhante teve já o regulador europeu sobre a vacina da AstraZeneca contra a covid-19.
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