Numa intervenção durante a reunião quinzenal do executivo, José Manuel Silva disse que, com "o pânico e o medo instalados", já há quem pondere vender os seus imóveis e ir viver para outro lado.
"Para resolver o problema de 200 pessoas, não podem criar um problema a 2.000", referiu, adiantando que os moradores não vão aceitar "de ânimo leve o ónus" da Estratégia Local de Habitação de Braga.
Defendendo que no terreno em causa deveria ser criado um espaço verde, os moradores alegam que a "aglomeração de pessoas fragilizadas" poderá ter "consequências irreparáveis" para aquela comunidade "pequena e suburbana".
Em curso está uma petição, que já conta com mais de 2.000 subscritores, para que a Câmara abandone a ideia de ali construir habitação.
Na resposta, o presidente da Câmara, Ricardo Rio, depois de frisar que o terreno tem capacidade construtiva, disse não concordar que a criação de "menos de 40 habitações" possa ser "lesiva" de toda aquela comunidade.
Ricardo Rio acrescentou que "ainda não é certo" que o projeto se venha mesmo a concretizar.
Anteriormente, Rio já tinha garantido hoje que o município não vai construir qualquer novo bairro social no concelho, vincando que a solução habitacional prevista para Ferreiros não é um bairro social.
"A Câmara não tem intenção nenhuma de construir nenhum bairro social novo, seja em Ferreiros seja noutra parte qualquer do concelho", assegurou.
Em relação a Ferreiros, disse que está prevista a construção de 38 habitações para um total de 124 pessoas daquela freguesia ou de freguesias limítrofes.
"Não está em causa o realojamento de qualquer bairro. São habitações a custos controlados, para cidadãos absolutamente normais, sem patologias estereotipadas", acrescentou.
Aquela solução consta da Estratégia Local de Habitação (ELH) de Braga, que preconiza um investimento de cerca de 45 milhões de euros, para resolver o problema das 781 famílias sinalizadas em situação de carência habitacional.
A ELH vai beneficiar 781 agregados familiares, que se traduzem em 2.000 pessoas "que têm hoje habitações de menor qualidade ou até indignas".