Marcelo diz que é "muito bom vacinar mais" para "abreviar" a pandemia
O Presidente da República disse ser "muito bom" Portugal ter atingido hoje a marca de quatro milhões de vacinas contra a covid-19 administradas à população para "encurtar e abreviar" a pandemia.
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País Covid-19
"Vacinar mais é muito bom para encurtar e abreviar a pandemia", disse Marcelo Revelo de Sousa à margem de uma visita ao lar da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Melgaço, no distrito de Viana do Castelo.
O número de quatro milhões inoculações foi hoje alcançado com a vacinação de Maria Helena Lordelo, de 64 anos, natural da Póvoa de Varzim, que recebeu o fármaco às 12:30, administrado pela enfermeira Ana Denise Silva, no centro de vacinação poveiro.
"Primeiro, conseguimos ter a oportunidade de dispor de mais vacinas do que antes dispúnhamos e, depois, termos a oportunidade de, em termos de planeamento logístico e de execução avançar no processo", referiu Marcelo Rebelo de Sousa.
Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes, sublinhou a aceleração do processo de vacinação, numa altura em que começa a haver mais vacinas disponíveis para sem administradas à população.
"Foram precisos mais de dois meses para inocular o primeiro milhão de vacinas, 33 dias para o segundo, 19 dias para o terceiro. Agora, chegámos aos 4 milhões em apenas 14 dias. Isto é a evidência de que os nossos esforços de proteger o maior número de portugueses no mais curto espaço de tempo estão a surtir efeito", revelou o governante.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, das quatro milhões de vacinas administradas em Portugal, cerca de 2,9 milhões são primeiras doses e 1,1 milhões são segundas doses, incluindo as 18 mil vacinas da Janssen já administrada, cujo esquema vacinal só necessita de uma dose para ser completo.
Desta forma, Portugal Continental tem já mais de 36% da população adulta já com uma dose da vacina tomada e 14% com o processo completo.
O ministério prevê que, a manter-se este ritmo, todas as pessoas com 60 ou mais anos sejam vacinadas, com pelo menos uma dose, até ao final de maio, havendo já algumas regiões do país onde estão já a ser vacinadas pessoas com idades entre os 50 e os 60.
Maria Helena Lordelo, a poveira que simbolicamente recebeu hoje a vacina 4 milhões, sendo inoculada com o fármaco do Moderna, considerou que este foi mais "um momento de esperança" no combate à pandemia.
"Foi uma surpresa, não sabia que ia receber a vacina 4 milhões. Mas gostei e espero que este vírus desapareça rápido para não termos medo de sair e fazer uma vida mais normal. Em janeiro, com o aumento dos casos, estava mais assustada, mas agora sinto que as coisas estão mais tranquilas", revelou aos jornalistas a utente, natural de freguesia de Navais, depois de ter recebido a vacina.
Judite Neves, diretora do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, divulgou que nos dois polos de vacinação instalados nestes concelhos, mais 30 mil pessoas já receberam a primeira dose e 11 mil já têm o processo completo, estando atualmente a serem vacinadas mais de mil pessoas por dia no conjunto dos dois centros.
"Administrar a vacina 4 milhões é um dia marcante para o país, e particularmente para este centro da vacinação na Póvoa de Varzim. Ficamos muito orgulhosos que tenha acontecido aqui. Estamos num bom ritmo de vacinação, o número tem vindo a aumentar de forma gradual e temos conseguido adaptar os serviços para a maior afluência, com um empenho grande dos nossos profissionais de Saúde", disse a responsável.
Judite Neves apelou, ainda, aos utentes para se inscreveram no processo de auto agendamento, considerando que tal "facilita o processo de convocatória", mas reforçou a necessidade de não haver faltas de presença, acreditando que "se processo correr como previsto haverá 70% da população vacina entre julho e agosto".
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.306.037 mortos no mundo, resultantes de mais de 158,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.993 pessoas dos 839.740 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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