Governo admite antecipar vacinação dos mais jovens em Lisboa

Secretário de Estado da Saúde diz que hipótese será considerada se for necessário, tal como a possibilidade de Lisboa recuar no plano de desconfinamento.

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Tomásia Sousa com Lusa
24/05/2021 13:28 ‧ 24/05/2021 por Tomásia Sousa com Lusa

País

Covid-19

O secretário de Estado da Saúde admitiu, esta segunda-feira, a hipótese de antecipar a vacinação da população mais jovem na região de Lisboa, onde se tem vindo a verificar um aumento de novos casos de Covid-19 e do índice de transmissibilidade (Rt).

"Não sei se faz sentido estar a fazer uma vacinação específica para uma população mais jovem em Lisboa. Mas se for preciso, é uma coisa que consideraremos", afirmou Diogo Serras Lopes.

O governante adiantou que mais de 90% da população acima de 60 anos está vacinada e perto de 80% dos maiores de 50 anos também, por isso, se não forem necessárias alterações, o plano seguirá este sistema de "escadas".

Quanto ao aumento de casos e os festejos do campeonato, o secretário de Estado recusa estabelecer qualquer relação.

"Sabemos que há um maior movimento das pessoas, que há mais desconfinamento, e que ele é anterior aos festejos", declarou. "Se me pergunta se um aglomerado de pessoas pode gerar casos? Pode. (...) Mas acho que é impossível dizer isso [relacionar com os festejos do título]."

Em todo o caso, Serras Lopes admite que Lisboa poderá recuar no plano de desconfinamento.

"Se for necessário, as regras são relativamente claras. Já vimos variadíssimos concelhos a mover-se num sentido de um maior confinamento ou de um maior desconfinamento e assim continuará a acontecer", garantiu.

Governo confirma ainda o reforço de testagem em LVT

"O que se vai fazer em Lisboa é reforçar de alguma maneira os mecanismos que já existem, de forma a conseguirmos testar mais gente e irmos um pouco mais longe nos elos de ligação entre pessoas confirmadas com covid-19 ou que tenham estado em contacto com uma pessoa que foi confirmada como covid-19. Sabemos bem da experiência que já acumulámos que cortar a transmissão é absolutamente essencial", afirmou o governante.

Em declarações aos jornalistas após uma visita ao Hospital de Vila Franca de Xira, onde assinalou a transição da gestão clínica privada para o Estado, que será efetiva a partir de 1 de junho, Serras Lopes lembrou que a área metropolitana de Lisboa já viveu uma situação epidemiológica similar no início do último verão e não descartou um eventual recuo da região nas respetivas regras de desconfinamento.

"São múltiplos os fatores que têm estado a explicar este aumento de casos em Lisboa e Vale do Tejo, mas já tivemos uma situação relativamente semelhante em junho/julho. Os mecanismos nessa altura foram implementados e hoje estão bastante mais agilizados", frisou.

Segundo Diogo Serras Lopes, a intensificação da testagem vai seguir o mesmo modelo de anteriores abordagens, "com testes PCR, testes rápidos e a aplicação de testes tanto setorialmente - onde os surtos sejam efetivamente setoriais - como em contextos familiares ou de bairro". No entanto, evitou fixar uma meta para o número de testes e a taxa de positividade para esta operação de reforço de testagem.

Recorde-se que o país já administrou 5 milhões de vacinas contra a Covid-19, tendo ultrapassado essa marca no passado sábado.

De acordo com os dados disponibilizados pelo Governo, através das redes sociais, 3.396.928 cidadãos residentes já têm a primeira dose da vacina e 1.516.159 já estão totalmente vacinados. Ao todo, foram administradas 4.913.087 doses. 

[Notícia atualizada às 14h47]

Leia Também: Identificados cerca de 20 casos associados aos festejos do Sporting

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