Portugal precisa "claramente de uma nova matriz de risco"
Miguel Guimarães advogou, esta quarta-feira, que Portugal carece de uma nova matriz de risco, com indicadores adequados à situação epidemiológica atual. O bastonário da Ordem dos Médicos reforçou ainda a necessidade da monitorização de infetados já vacinados como forma de controlo das variantes do SARS-CoV-2.
© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images
País Covid-19
O bastonário da Ordem dos Médicos defendeu, esta quarta-feira, que o país precisa "claramente de uma nova matriz de risco" que harmonize o índice de transmissibilidade (Rt), a incidência e a gravidade.
Em declarações à antena da RTP, Miguel Guimarães sustentou que a matriz de risco que está em vigor desde março "tem uma relação direta entre o Rt e a incidência". Já a gravidade é avaliada "através da pressão que os casos e o próprio Rt têm no Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente ao nível de internamentos, cuidados intensivos e óbitos".
Porém, com a vacinação, alega o especialista, "esta ligação começou a perder-se", isto é, deixou de "haver uma relação tão direta entre a transmissibilidade, a incidência e a gravidade da situação".
"Precisamos claramente de uma nova matriz de risco, que mantenha os dois indicadores que já temos, o Rt e a incidência, mas que inclua o 'link' com a gravidade, que se perdeu"
Esta nova matriz de risco, que se quer "mais complexa", deve incluir igualmente "a capacidade de resposta em função das variantes, a cobertura vacinal e as infeções em indivíduos vacinados" porque é "importante percebemos o que está a acontecer com novas variantes".
Lembrou o bastonário que Portugal tem assistido à chegada dos turistas do Reino Unido, onde a "variante indiana cresceu 160%". Pese embora estes turistas façam um "teste PCR até 72h antes da viagem, podem ter tido contacto com pessoas infetadas antes de virem e o PCR ainda ser negativo".
Esta readaptação da matriz de risco, aos olhos do bastonário, "mantém a necessidade absoluta de adesão às medidas de prevenção e controlo", nomeadamente o uso da máscara, o distanciamento e a higiene das mãos. A manutenção destas medidas é imperiosa não só para defesa do próprio, mas porque "os infetados podem manter cadeias de transmissão e podem infetar outras pessoas e também pelo país, que continua a ser avaliado pelos indicadores epidemiológicos, dos quais depende o fluxo de turistas".
Miguel Guimarães advogou ainda que Portugal "tem condições suficientes para travar a situação e evitar um [novo] confinamento", mas lembrou também que "ainda não chegamos a um número de vacinados que nos confira imunidade de grupo. Enquanto isso não acontecer, as medidas que tínhamos antes da vacina têm de continuar e as pessoas têm de ter cuidado".
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