"A testagem começou hoje. A informação que temos é que na primeira hora houve alguma afluência de motoristas. A federação está empenhada. Vamos falar com colegas nas praças para se organizarem em grupo para a testagem. Independentemente desta medida ter chegado tarde, é bom para o setor e é urgente. Temos de estar muito sensibilizados para isso", disse Carlos Ramos à Lusa.
Segundo o presidente da FPT, a Federação já tinha pedido há muito tempo ao Governo que considerasse o setor do táxi como prioritário, não para a testagem, mas para a vacinação, e nunca obteve resposta.
"Esta questão da testagem peca por tardia. Nós até já colaborámos numa iniciativa parecida a Norte e correu bem. A testagem começa tarde, mas mais vale tarde do que nunca. O que a Câmara [de Lisboa] nos pede é que consigamos mobilizar o setor para esta iniciativa", disse.
Na terça-feira, o coordenador da 'task-force' criada pelo Governo para a promoção do plano de testagem no âmbito da pandemia de covid-19 explicou que seria desenvolvido, a partir de hoje, "um programa de sensibilização e de testagem" junto dos prestadores dos serviços de entregas, táxis e transporte em veículos descaracterizados a partir de plataformas eletrónicas (TVDE).
"Isto é bom para todos. Fazemos um apelo. O setor tem de aceitar esta iniciativa de peito aberto porque todas as iniciativas que possam aparecer, que levem a que a pandemia passe o mais depressa possível, são importantes. (...) É importante que sejam criadas condições para voltarmos a ter a procura de serviços que havia antes da pandemia", destacou.
De acordo com Carlos Ramos, em Lisboa, o setor conta com pouco mais de cinco mil empresários e trabalhadores do setor do táxi.
O presidente da FPT disse também à Lusa que a situação do setor melhorou um pouco após o desconfinamento.
"Nota-se que há uma pequena recuperação. Há mais táxis a circular na cidade de Lisboa e no país em geral. Em Lisboa e nos grandes centros urbanos vai melhorar ainda mais. O turismo é que dá animação à economia e aos táxis também. É preciso que aterrem mais aviões", disse.
Segundo Carlos Ramos, a procura aumentou, mas ainda não está ao nível anterior à pandemia de covid-19.
"Sem o turismo de massas isto não vai lá. Sem os níveis do turismo que tínhamos antes da pandemia é difícil. Há muita oferta e não são só os táxis, há também os TVDE que já nos estavam a prejudicar antes e agora pior", disse
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.500.321 mortos no mundo, resultantes de mais de 168,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.022 pessoas dos 847.006 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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