Obrigatórios? Testes em eventos como casamentos e batizados são "dever"
Lacerda Sales esclareceu que a norma da autoridade de saúde sobre a testagem em eventos familiares com mais de dez pessoas e em eventos culturais e desportivos é "fortemente recomendativa", sendo os promotores as principais entidades fiscalizadoras. Em todo o caso, "é evidente que todos somos responsáveis por todos nós, e essa é uma das grandes lições desta pandemia", destacou.
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País Pandemia
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde esclareceu esta quarta-feira, em declarações aos jornalistas em São Pedro do Sul, que as "normas da Direção-Geral de Saúde (DGS) são sempre fortemente recomendativas" e "assim continuam a ser".
"À DGS compete normatizar, é um trabalho técnico, e é fortemente recomendativo", respondeu Lacerda Sales quando questionado sobre a recomendação da autoridade de saúde acerca dos testes à Covid-19 em eventos familiares com mais de dez pessoas e eventos culturais e desportivos.
Lacerda Sales disse reconhecer a "profundidade" da questão, referindo a "alguma dualidade que possa haver entre alguns setores". "Sim, em alguns setores queremos muito implementar a testagem. Não é só na região de Lisboa, é em todo o país", afirmou.
Ainda sobre a norma da DGS, o governante disse que "a testagem é recomendativa em muitos setores - nas escolas, na administração pública e noutros setores" e acrescentou ser "um dever" noutros setores, como por exemplo em eventos, casamentos, batizados".
O secretário de Estado sublinhou que é também um dever de quem organiza os eventos "promover essas testagens". "É evidente que as principais entidades fiscalizadoras são os próprios promotores", explicou, esclarecendo que, no caso dos eventos culturais, os custos da testagem são imputados ao público.
"É evidente que todos somos responsáveis por todos nós, e essa é uma das grandes lições desta pandemia. Só conseguimos cuidar de nós se cuidarmos dos outros", notou.
A norma, referente à Estratégia Nacional de Testes para a SARS-CoV-2, atualizada na terça-feira pela DGS, recomenda "a realização de rastreios laboratoriais em eventos familiares, designadamente casamentos e batizados, bem como quaisquer outras celebrações similares, com reunião de pessoas fora do agregado familiar, aos profissionais e participantes sempre que o número de participantes seja superior a dez".
Também em eventos de natureza cultural ou desportiva, a testagem é recomendada "sempre que o número de participantes/espectadores seja superior a mil, em ambiente aberto, ou superior a 500, em ambiente fechado".
Já em contexto laboral, nos locais de maior risco de transmissão, como as explorações agrícolas e o setor da construção, aconselha-se a testagem com uma periodicidade de 14/14 dias, pode ler-se na norma da DGS.
Esta recomendação é igualmente aplicada em serviços públicos e locais de trabalho com 150 ou mais trabalhadores, independentemente do seu vínculo laboral, da modalidade ou da natureza da relação jurídica, adianta ainda.
Surtos em LVT
Em particular sobre Lisboa e Vale do Tejo, Lacerda Sales salientou que é "muito importante" testar muito e que as autoridades de saúde "possam fazer o seu trabalho de isolamento e confinamento" dos casos. "É muito importante que mantenhamos a tranquilidade possível nos serviços de saúde, para mantermos esta estabilidade do ponto de vista epidemiológico".
Questionado sobre se o possível recuo de Lisboa no desconfinamento é preocupante, o governante atirou: "Tudo em pandemia é preocupante".
"Temos uma matriz de referência, com a qual trabalhamos. Essa matriz tem regras, quando um concelho ultrapassa duas vezes os 240 casos/mil habitantes recua. As regras não devem ter exceções", acrescentou. A situação de Lisboa, realçou, "só nos faz ter um olhar mais atento para fazermos todo o esforço nas medidas que estamos a tomar, nomeadamente na área da testagem".
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