É preciso "duas tomas da vacina para ser eficaz" contra variante Delta
Presidente da Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva para a Covid-19 defendeu a urgência de garantir que o maior número de pessoas no país está completamente vacinado contra o novo vírus, visto que será "impossível" conter a nova variante na região de Lisboa e Vale do Tejo.
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País Covid-19
João Gouveia, presidente da Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva para a Covid-19, apelou, esta terça-feira, à aceleração do processo de vacinação contra o novo vírus no país, num momento em que Portugal está perante a ameaça de uma quarta vaga devido à disseminação da variante Delta.
"Principalmente, se calhar, numa primeira fase, [a aceleração da vacinação deverá acontecer] em Lisboa e Vale do Tejo, mas já sabemos que a variante Delta é dominante nesta região e que rapidamente vai-se espalhar por todo o país. Não vamos conseguir impedir isso e é importante que o maior número de pessoas esteja vacinado e com o esquema de vacinação completo", defendeu o responsável, em declarações à RTP.
Considerando que 77% das camas destinadas à Covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo já estão ocupadas, João Gouveia destacou também que "cerca de um terço destes doentes já tinha levado uma dose da vacina, mas ainda não tinha completado o esquema vacinal".
"Ou seja, não tinha a proteção total e o que nós sabemos é que a variante Delta necessita das duas tomas da vacina para ser eficaz", acrescentou.
Sobre os cuidados intensivos em particular, o especialista alertou que, atualmente, o sistema de saúde não está com a capacidade com estava no início do ano, quando a situação pandémica no país atingiu momentos críticos. "Temos neste momento um ponto de fraqueza no sistema: muitos dos recursos que foram necessários em janeiro e fevereiro já não estão na Medicina Intensiva, estão no seu posto de trabalho normal, isto é, nas enfermarias, nos blocos operatórios ou noutros locais", apontou.
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) revelou, no passado domingo, que a prevalência da variante Delta é superior a 60% em Lisboa e Vale do Tejo e inferior a 15% na região Norte. Entretanto, a ministra da Saúde estimou, ontem, que a variante Delta passe a ser dominante no território nacional brevemente, sendo que agora o objetivo é de "ganhar tempo" para que esta chegue a outras regiões apenas quando houver mais pessoas vacinadas.
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