Indignação e vigílias pela morte de ciclista grávida em Lisboa
Mulher de 37 anos era investigadora no Instituto Superior Técnico (IST).
© Reuters
País Lisboa
A morte de uma mulher, de 37 anos, no passado sábado, após um veículo ter colidido contra a parte de trás da bicicleta em que circulava, na Avenida da Índia, em Lisboa, levou a uma onda de indignação e à marcação de vigílias na cidade. "Até quando vamos permitir isto?"
A questão é levantada pela Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBi) que, no Facebook, recordou que, em 2019, "morreram 26 utilizadores de bicicletas, registaram-se 106 feridos graves e 2.104 feridos ligeiros".
Ainda de acordo com a MUbi, que cita dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, nesse mesmo ano, "134 peões perderam a vida nas estradas portuguesas, a maioria dos quais por atropelamento; 409 ficaram gravemente feridos e contabilizaram-se 5.180 feridos ligeiros". Lisboa foi o distrito com mais sinistros e mais vítimas a lamentar.
Então, a Associação lançou um evento, a realizar em quatro cidades, que apela: 'Podia ser eu, podias ser tu. Nem mais 1 vítima. Vigília pelo fim dos atropelamentos na cidade!' Assim, no dia 3 de julho, sábado, vai realizar-se uma vigília que, em Lisboa, decorrerá "no local da colisão", em "memória dos utilizadores vulneráveis que perderam a vida fruto da sinistralidade rodoviária".
- Cidades confirmadas:
Lisboa: 11h na Av. da Índia, Belém
Porto: 11h na Praça da Liberdade, Aliados
Braga: 22h na Praça da República
Leiria: 11h, Largo do Papa
A vigília, 'publicitada' também na página 'Vizinhos de Belém', exige que "o Governo e as autarquias tomem medidas físicas de redução do perigo rodoviário, do volume de tráfego e das velocidades nas cidades para 30 km/h", assim como "que as autoridades fiscalizem os excessos de velocidade tão constantes em Lisboa e noutras cidades".
De lembrar que a vítima mortal era investigadora no Instituto Superior Técnico (IST), que estava "grávida de vários meses". De acordo com a plataforma Lisboa Para Pessoas, o condutor, um homem alegadamente de cerca de 80 anos, "não terá visto a ciclista na estrada por estar encadeado pelo sol, causando o desfecho mortal".
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