O ex-chefe da guarda prisional de Paços de Ferreira foi condenado, esta segunda-feira, a 13 anos de prisão, por tráfico de droga, branqueamento de capitais e corrupção passiva.
Outros três líderes do esquema - que recrutavam reclusos - foram condenados a penas de prisão entre sete e 12 anos pelos mesmos crimes.
Em causa está uma rede de 20 arguidos, incluindo o chefe da guarda prisional agora condenado, na qual eram introduzidos na prisão de Paços de Ferreira estupefacientes e outros bens proibidos.
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), entre 2012 e 2019, o então chefe de guardas do Estabelecimento Prisional da referida prisão "por diversas vezes introduziu" naquela cadeia heroína, cocaína e canábis, bem como telemóveis, anfetaminas, cartões 'SIM' e de memória, destinados a três reclusos que depois procediam à sua venda ou cedência.
Em troca, sustentou o MP, recebia destes arguidos "dinheiro e outros bens, como televisores e bicicletas, correspondendo a sua contrapartida, em regra, a uma percentagem do valor de venda dos referidos artigos".
Os três supostos cabecilhas, também agora condenados, terão recrutado vários reclusos que, "em troca de estupefaciente, telemóveis ou dinheiro, colaboravam" na atividade criminosa do grupo, montada no interior do estabelecimento prisional.
"Quer guardando o estupefaciente e os demais artigos nas respetivas celas em locais secretos para não serem descobertos pelos serviços prisionais e conhecidos no meio prisional como 'poços', quer indo recolher os estupefacientes, telemóveis e outros artigos aos locais onde eram deixados por quem os fazia entrar no estabelecimento prisional, quer procedendo à venda direta aos reclusos do estabelecimento prisional e conhecidos no referido meio como 'pontas'", relata a acusação, a que a Lusa teve acesso.
O chefe da guarda prisional esteve preso preventivamente no Estabelecimento Prisional de Évora.
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