À saída de uma conferência no Centro de Congressos de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a comentar a expectativa do primeiro-ministro, António Costa, de uma "libertação total da sociedade" no final do verão com a "imunidade de grupo", em resultado da aceleração da vacinação.
Questionado se António Costa está a ir ao encontro da visão do Presidente da República nesta matéria, o chefe de Estado respondeu: "Tem de perguntar ao senhor primeiro-ministro. A minha visão é o que é e, portanto, mantém-se o que é. Dirão alguns que é uma visão muito otimista. Não, é uma visão realista voluntarista".
Marcelo Rebelo de Sousa insistiu que os atuais números de casos de infeção, de internamentos e de mortes associadas à covid-19 não são comparáveis aos que motivaram o recurso ao estado de emergência e afirmou que a sua posição contra um regresso a confinamentos generalizados "não é por causa só da economia".
"É evidente que para a economia é muito importante. É para a saúde mental dos portugueses, é para a abertura da sociedade, e é porque é justo. Quer dizer, o esforço que se está a fazer na vacinação exige uma mobilização", acrescentou.
O Presidente da República argumentou que "ninguém é mobilizado para uma guerra dizendo: estamos nesta batalha mas olhem que isto vai correr mal, há dúvidas sobre a batalha, não sei se não vamos recuar amanhã ou depois de amanhã".
"Ninguém combate assim. Só se combate sabendo que é preciso acreditar naquilo por que se está a combater", defendeu.
Interrogado sobre o debate de hoje na Assembleia da República sobre o estado da nação e sobre a situação do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a fazer qualquer comentário.
Em Portugal já morreram mais de 17 mil doentes com covid-19 e foram registados até agora mais de 939 mil casos de infeção com o novo coronavírus, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Leia Também: AO MINUTO: Novos casos em França são não vacinados. 2.ª dose da Janssen?