"Vamos perder cerca de 470 mil vacinas da AstraZeneca porque já não fazem sentido no nosso plano, mas há um esforço - quer do Infarmed, quer do Ministério da Saúde - para adquirir vacinas em parceiros europeus e esse esforço pode trazer ao nosso plano de vacinação neste momento -- na semana que passou e nas próximas duas semanas -- cerca de um milhão de vacinas, o que é muito importante para a aceleração do processo de vacinação", revelou Henrique Gouveia e Melo.
"Tivemos uma maior disponibilidade de vacinas em julho, teríamos uma menor disponibilidade em agosto, não fossem estas negociações que estão a ser conduzidas com sucesso pelo Ministério da Saúde e pelo Infarmed para ir buscar vacinas da Janssen e da Pfizer a parceiros europeus para reforçar neste mês o processo", acrescentou.
Numa intervenção realizada na reunião no Infarmed, em Lisboa, que, dois meses depois, volta a juntar especialistas, membros do Governo, Presidente da Assembleia da República e Presidente da República para análise da situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, o vice-almirante responsável pela 'task force' reconheceu também que foram recebidas nos primeiros três trimestres menos 5,4 milhões de vacinas face às previsões iniciais.
Já em relação ao último trimestre de 2021, Gouveia e Melo disse que a expectativa inicial apontava para a receção de 8,5 milhões de vacinas, mas, afinal, deverão chegar somente 5,2 milhões de vacinas ao país.
Em termos de evolução do processo de vacinação, o coordenador da 'task force' vincou uma vez mais a sua previsão de atingir os 70% de primeiras doses administradas por volta do dia 08 de agosto e o mesmo valor para segundas doses "no final de agosto, início de setembro". Da mesma forma, defendeu que o processo está a ser maximizado para aumentar o ritmo de vacinação, mas sem comprometer a administração de segundas doses na população.
Henrique Gouveia e Melo traçou ainda um retrato do processo de vacinação por grupos etários, resumindo que "as faixas acima dos 60 anos estão, praticamente, totalmente protegidas"; na faixa dos 50 anos há ainda 4% para completar o esquema vacinal e nos 40 anos essa percentagem de cobertura vacinal em falta é de 10%.
"Já estamos também muito avançados na faixa dos 30 anos, a avançar fortemente na faixa dos 20 anos e a planear agora para a faixa de baixo", referiu o coordenador da 'task force'.
[Notícia atualizada às 13h10]
Leia Também: "A vacina é ainda mais eficaz do que os ensaios clínicos mostravam"