O Presidente da República garantiu, esta quinta-feira, à margem de uma visita à Feira do Livro, em Lisboa, que as autoridades portuguesas estão a fazer "um trabalho constante" para conseguir ajudar o máximo de cidadãos afegãos possível, mas que nem sempre esse trabalho é fácil.
"Há paragens e há escalas e isso é um problema que é gerido dia-a-dia. Há quem tenha de permanecer no aeroporto da escala e está a tratar-se disso. Isto está a ser tratado dia e noite pelo Governo e pelas autoridades portuguesas", explicou, mostrando-se preocupando com os resgates.
"Já disse o que é que pensava sobre o momento que vivemos nos últimos dias e aquilo que é preciso para o futuro, os valores e princípios a salvaguardar. Nesta fase de transição tudo é muito complicado porque, se há países que tiraram todos os seus nacionais rapidamente, outros não. Mesmo grandes países, porque tinham comunidades muito grandes, ainda estão a retirá-los, a ritmo muito intensivo", disse, recordando que há "milhares e milhares e milhares de pessoas" por retirar, "num prazo muitíssimo curto".
Sobre o trabalho que Portugal tem desempenhado, Marcelo vincou que o país "tem feito aquilo que tem de fazer, nomeadamente, no quadro da União Europeia, da NATO e no contacto com quem pode para realizar os objetivos que tem de realizar".
Apesar disso, para o Chefe de Estado, "quando há uma retirada destas assim, não há soluções nem ótimas, nem muito boas, nem boas. São todas más", por isso, "é tentar que sejam o menos más possíveis porque o tempo é curtíssimo e o número de pessoas a retirar é elevadíssimo".
Antes de seguir com a visita, Marcelo Rebelo de Sousa recordou ainda que foi dos últimos chefes de Estado a visitar o Afeganistão, no final de 2019, antes da pandemia. "Estive em Cabul onde a força portuguesa era crucial para assegurar a segurança do Aeroporto e já na altura tinha começado a retirada das tropas americanas e já havia essa intenção. Tenho muito presente a sensação com que sai, de que, no momento em que se tivesse de executar aquilo, que é muito fácil no papel, a passagem para a prática seria muito difícil", admitiu.
Leia Também: Explosões em Cabul fizeram entre 13 e 20 mortos, dizem talibãs