"É uma estratégia que deve ser considerada em diálogo diretamente com a indústria, mas também através dos seus representantes, e as oportunidades que as subvenções públicas podem dar para esta inovação na linha de produtos da área dos laticínios", afirmou, referindo-se à "vocação" da indústria de laticínios nos Açores para "uma oferta de valor acrescentado nos seus produtos".
José Manuel Bolieiro falava em Angra do Heroísmo, à margem de uma reunião com os dirigentes da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH), que entregaram ao presidente do executivo açoriano um documento com "contributos" para a governação.
A crise do setor do leite, que levou recentemente as associações agrícolas dos Açores a ameaçar reduzir o efetivo caso não houvesse um aumento do preço do leite, foi um dos assuntos em discussão.
Para José Manuel Bolieiro, "é preciso refletir e concertar os custos de contexto da operação na indústria", para "valorizar o rendimento" da indústria e da produção.
"É preciso também garantir sustentabilidade, negócio e rentabilidade à própria indústria, numa solução de relação com a distribuição, que seja justa e compatível com a melhoria do rendimento de todos os que participam nesta cadeia de interesses na fileira dos laticínios", apontou.
Questionado sobre se o executivo açoriano iria condicionar os apoios públicos ao tipo de produtos lácteos, o presidente do Governo Regional afirmou: "Precisamos obviamente, face à nossa condição arquipelágica ultraperiférica, de combater os custos desta insularidade através da capacidade de produção e de uma economia de transação com produtos de valor acrescentado. É uma estratégia global que temos para as políticas públicas do futuro dos Açores".
Para a Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH), que promoveu, na semana passada, uma reunião entre vários empresários do setor, em conjunto com o Núcleo de Empresários da Lagoa (NELAG), "a indústria está forçada a entender-se com a produção".
"É algo que terá de ser promovido. O senhor presidente do Governo tem também essa convicção, essa preocupação, tem feito diligências nesse sentido, e julgo que vamos no bom caminho. Tudo leva o seu tempo, mas julgo que vamos no bom caminho no que a isso diz respeito", disse.
Da documentação entregue pela associação empresarial representativa das ilhas Terceira, São Jorge e Graciosa, que o presidente do Governo Regional garantiu que "será considerada e tida em conta", constam também preocupações com a promoção turística.
Segundo Marcos Couto, os Açores têm de "ser promovidos como um destino de nove ilhas, todas elas diferentes, todas elas complementares".
"É algo que nos parece essencial para o sucesso da própria promoção", sublinhou.
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