"Nunca quis ser herói, mas foi". Portugal aplaude e despede-se de Sampaio
Cerimónias tiveram início às 10 horas com a saída do carro funerário para o Mosteiro dos Jerónimos. Ex-Presidente da República seguiu para o Cemitério do Alto de São João, em Lisboa.
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País Jorge Sampaio
Portugal e o resto do mundo reuniram-se, este domingo, para a derradeira despedida a Jorge Sampaio, o ex-Presidente da República e o "homem bom" que morreu esta sexta-feira de manhã no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, na sequência de problemas respiratórios. Depois do velório e das homenagens prestadas ontem, hoje é o dia do funeral do "construtor de pontes" que foi antecedido de uma sessão evocativa no Mosteiro dos Jerónimos, com cerca de 300 pessoas.
12h58 - Fim das cerimónias públicas.
12h55 - Corpo de Sampaio é transportado pelo filho, André, e pelo corpo de segurança pessoal do ex-Presidente. Vai ser colocado num jazigo de família.
12h52 - Altas figuras do Estado despedem-se da família de Jorge Sampaio. Aproxima-se o final da cerimónia pública; segue-se outra em privado, apenas para a família.
12h48 - Bandeira que cobriu a urna de Jorge Sampaio é entregue por Marcelo Rebelo de Sousa - comandante Supremo das Forças Armadas - à viúva de Jorge Sampaio, Maria José Ritta.
12h46 - Insígnias entregues à família por Oficiais Superiores das Forças Armadas. E bandeira de Portugal deixa de cobrir a urna e é dobrada para ser entregue a Marcelo Rebelo de Sousa - será o atual Presidente a entregá-la à família de Sampaio. São ouvidos 21 tiros de salva a partir do navio 'Sines', no rio Tejo.
12h43 - Urna entra no cemitério do Alto de São João. Ouve-se uma salva de três tiros pelo pelotão dos Fuzileiros. Caixão é colocada na essa dourada.
12h42 - Urna é levada pelas Forças Armadas. Corpo de Sampaio é retirado do carro fúnebre; ouve-se de novo um coro de aplausos ao ex-Chefe de Estado.
12h38 - Cortejo chega ao cemitério sob aplausos de dezenas de pessoas. Família, Marcelo Rebelo de Sousa, Eduardo Ferro Rodrigues e António Costa também já estão no local.
12h17 - Cortejo fúnebre seguirá para o Cemitério do Alto de São João com escolta de honra. Seguirá pela Avenida da Índia, Avenida 24 de Julho, Avenida da Ribeira das Naus, Praça do Comércio - momento em que cinco caças F-16 sobrevoam o local - Avenida Infante D. Henrique, Avenida Mouzinho de Albuquerque, Praça Paiva Couceiro e Rua Morais Soares.
12h05 - Cortejo abandona a Praça do Império. Jorge Sampaio segue para o Alto de São João.
11h58 - Urna abandona Mosteiro dos Jerónimos. Família segue a urna à saída dos claustros, com as três mais altas figuras do Estado em seguida. "Viva, Jorge Sampaio", gritam os populares que esperavam à entrada do monumento. Ouve-se um contínuo aplauso. Urna é colocada no carro fúnebre que a levará até ao cemitério do Alto de São João.
11h56 - Ouve-se 'A Portuguesa'. Termina a cerimónia fúnebre o ex-chefe de Estado.
O último adeus a Jorge Sampaio no Mosteiro dos Jerónimos© Getty Images
11h43 - Intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa na homenagem a Sampaio. "Jorge Sampaio é um desses maiores" portugueses, começou por afirmar o atual Presidente da República: "Sampaio não amou Portugal pela força, amou Portugal pela fragilidade".
"Sampaio amou Portugal no calor imparável dos seus sonhos de jovem: liberdade, igualdade, Democracia, socialismo, fraternidade. Amou Portugal na fraternidade para com os perseguidos e na sua defesa na barra de uma Justiça pré ordenada", disse ainda. "Amou Portugal na militância solidária com os seus próximos, mas também com os mais distantes. Amou Portugal nos sem-teto, a quem ajudou a dar teto; nos sem horizonte, a quem ajudou a dar razões de esperança".
Mais. "Amou Portugal pela fragilidade e, tantas vezes, na fragilidade. Fez dessa fragilidade sua, nossa, de todos nós, força sua, nossa, de todos nós". E terminou: "Nunca quis ser herói, mas foi".
"Nunca quis ser herói, mais foi, em tantos e tantos dos seus lances de vida, heroico. Daquele heroísmo discreto, mais lírico do que épico, mais doce do que impulsivo. Firme, mas doce. E também por isso o recordamos com doçura. E lhe agradecemos o amor que nunca negou a Portugal, à sua maneira de amar Portugal", apontou Marcelo Rebelo de Sousa.
Portugal rinde su último homenaje al Presidente Jorge Sampaio (1939-2021), um homem bom.
— Gabriel Moreno (@Gabri91MG) September 12, 2021
"Sampaio nunca quis ser herói, mas foi. Foi um grande senhor da sua e da nossa Pátria," ha dicho Rebelo de Sousa. pic.twitter.com/QYWyTVXQ0j
11h39 - Interpretação da Orquestra Sinfónica Portuguesa e do Coro do Teatro Nacional de São Carlos . Requiem 'In Paradissum', de Gabriel Fauré.
11h31 - Intervenção de Ferro Rodrigues na homenagem a Jorge Sampaio. "É bem patente a figura ímpar de Jorge Sampaio" que "nos deixa um legado extraordinário". Para Ferro Rodrigues, "se este é um momento de dor e de tristeza, é também um momento para lembrar o quão afortunado foi Portugal por ter tido em Jorge Sampaio um dos seus cidadãos mais ilustres".
"Serviu como poucos causas justas e a causa pública, antes e depois do 25 de abril, com convicção, combatividade, integridade e enorme generosidade", acrescentou.
11h27 - Nova interpretação da Orquestra Sinfónica Portuguesa.
11h14 - Intervenção de António Costa na homenagem a Sampaio. "Prestamos tributo à memória de um cidadão exemplar, de um homem bom e de um português de exceção", começou por afirmar o primeiro-ministro, salientando que Sampaio "toda a vida lutou pela liberdade". No seu discurso, o chefe do Governo recordou a vida pública do ex-Presidente da República, destacando o seu contributo desde estudante, passando pelos cargos políticos que ocupou em Portugal.
Sampaio "foi um político que adorava o debate intelectual", com "princípios" e "ultra exigente consigo próprio". "Foi um politico ao mesmo tempo firme e flexível, que nunca cedeu nos valores essenciais, mas soube sempre construir apoios, promover acordos, obter consensos".
Recordando que "desde muito jovem" foi amigo de Jorge Sampaio - e lembrando o percurso em comum - Costa diz que com "ele aprendeu política e Direito". "Nunca esquecerei a deferência do seu trato, as provas de amizade, a atenção afetuosa e vigilante".
"A nossa democracia pode e deve orgulhar-se por ter sido servida por um um político maior. Não há portugueses dispensáveis, por isso não podemos dispensar Jorge Sampaio", terminou o primeiro-ministro.
Jorge Sampaio foi sempre um grande exemplo. Foi um lutador pela Liberdade e pela Democracia que tanto, mas tanto, prestigiou a nossa vida política com a sua verticalidade ética. Um Cidadão militante na Cidadania das causas. pic.twitter.com/2N9c4nwOeM
— António Costa (@antoniocostapm) September 10, 2021
11h10 - Maria do Céu Guerra diz o poema de Jorge de Sena - 'Uma pequenina luz'.
11h07 - André Sampaio toma o púlpito. "O nosso pai foi popular sem ser populista; foi sempre próximo, sem nunca banalizar a proximidade; foi Estadista e simultaneamente cidadão comum; foi amado, sem gostar de ser venerado", indica o filho de Jorge Sampaio, fazendo um agradecimento especial pela presença de Felipe VI, rei de Espanha, e às mensagens internacionais que chegaram à família. Ainda um "agradecimento especial" aos portugueses.
11h02 - Filhos de Jorge Sampaio fazem evocação do pai. "Escolhemos falar do nosso pai com a autenticidade com que falava connosco", começa por dizer Vera Sampaio. "Encontramos sempre o amor de um pai e a compreensão de um amigo", afirmou, acrescentando: "O nosso pai era um homem bom, atento e disponível".
"O nosso pai não gostava da arrogância e cultivava a humildade. [...] Cultivava a amizade e a camaradagem, porque sabia que na vida e na política, nada se pode fazer sozinho", sublinhou. "Havia, no nosso pai, uma sabedoria que lhe iluminava os olhos", destacou ainda Vera Sampaio.
10h59 - Ouve-se 'Lacrimosa', de Mozart. Orquestra Sinfónica Portuguesa é liderada pela maestrina Joana Carneiro.
10h53 - "Não há portugueses dispensáveis". São mostradas imagens do discurso da Tomada de Posse de Jorge Sampaio, em 1996. Seguem-se outro dos momentos marcantes dos seus mandatos no mais alto cargo da Nação - uma entrevista à CNN sobre Timor-Leste -, assim como mensagens de Mari Alkatiri, Ramos Horta e o tema 'Ai, Timor', cantada por crianças da Escola Portuguesa de Dili.
10h51 - Ouve-se 'A Portuguesa'. Hino foi interpretado pelo Coro do Teatro Nacional de São Carlos e pela Orquestra Sinfónica Portuguesa. Começa assim a cerimónia de última homenagem ao antigo Chefe de Estado.
10h45 - Urna de Jorge Sampaio entra nos Claustros do Mosteiro dos Jerónimos. Personalidades nacionais e internacionais de pé em homenagem ao ex-Presidente. Corpo é colocado na essa, no centro dos Claustros. Aqui vai permanecer durante uma hora e meia. Insígnias são colocadas junto à urna.
O último adeus a Jorge Sampaio no Mosteiro dos Jerónimos© Getty Images
10h43 - Família chega aos Claustros dos Jerónimos. Personalidades levantam-se em respeito a Maria José Ritta, André e Vera Sampaio. Altas entidades seguem os familiares.
10h40 - Cortejo fúnebre entra nos Jerónimos. Atrás da urna segue, nesta ordem, a família de Jorge Sampaio, Marcelo Rebelo de Sousa, Eduardo Ferro Rodrigues e António Costa.
10h35 - Centenas de pessoas em longo aplauso. Ouve-se a Marcha Fúnebre. Urna de Sampaio faz uma última paragem antes da entrada no Mosteiro, com a banda e a fanfarra da Guarda Nacional Republicana a tocarem a Marcha Fúnebre.
10h32 - Charrete pára em frente aos Jerónimos. Urna é retirada pelos cadetes das Forças Armadas. Família de Jorge Sampaio junta-se às três maiores figuras do Estado. Cortejo calorosamente recebido pela população.
10h30 - Jorge Sampaio chega à praça do Mosteiro dos Jerónimos para cerimónia evocativa. Marcelo Rebelo de Sousa, Eduardo Ferro Rodrigues e António Costa esperam urna no exterior.
10h24 - Marcelo Rebelo de Sousa chega aos Jerónimos e ouve-se 'A Portuguesa'. Com a chegada do atual Chefe de Estado, ouve-se o Hino Nacional.
10h22 - Ferro Rodrigues chega aos Jerónimos. O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, junta-se a António Costa no Mosteiro.
10h20 - Urna de Jorge Sampaio deixa o Palácio de Belém. Segue com destino aos Jerónimos.
10h19 - António Costa chega ao Mosteiro dos Jerónimos. O primeiro-ministro chega ao Mosteiro, para onde se dirige a urna de Jorge Sampaio.
10h14 - Sampaio em frente ao Palácio de Belém. Charrete que transporta a urna pára em frente do Palácio de Belém, residência oficial do Chefe de Estado, como forma de homenagem ao ex-Presidente da República. Segue-se uma nova e prolongada salva de palmas dos portugueses e staff do Palácio.
10h12 - Cortejo pronto para seguir rumo ao Mosteiro. Família de Jorge Sampaio segue na frente da charrete, num veículo negro.
10h13 - Partida do Cortejo Fúnebre. Populares no antigo Museu dos Coches aplaudem Jorge Sampaio na saída da urna.
10h08 - Inicia-se a cerimónia de despedida a Sampaio. Corpo do ex-Presidente da República começa a ser trasladado. Urna é carregada pelos três ramos das Forças Armadas e encaminhado até à charrete, puxada por quatro cavalos. Sai do Picadeiro Real em direção aos Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
Como são as cerimónias?
A saída do carro funerário transportando o corpo do antigo Presidente da República para o Mosteiro dos Jerónimos está prevista para as 10h00, com o cortejo fúnebre a parar brevemente em frente ao Palácio de Belém, residência oficial dos chefes de Estado, cargo que Sampaio ocupou entre 1996 e 2006.
As mais altas figuras do Estado, família, amigos próximos, deputados e delegações estrangeiras, bem como o Coro do Teatro Nacional de São Carlos e a Orquestra Sinfónica Portuguesa ocuparão os lugares disponíveis, havendo, do lado de fora do mosteiro, um ecrã gigante para que a população possa acompanhar a homenagem.
Além dos discursos das três primeiras figuras do Estado, Presidente da República, presidente da Assembleia da República e primeiro-ministro, estão previstas breves intervenções dos dois filhos do ex-chefe de Estado, Vera e André Sampaio, e a atriz Maria do Céu Guerra lerá um poema de Jorge de Sena - 'Uma pequenina luz'.
Entre as personalidades que marcam presença na última homenagem a Jorge Sampaio, que terminará pelas 13h00, encontram-se o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, o Rei de Espanha, Filipe VI, que será acompanhado por um membro do Governo espanhol, o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, o presidente do parlamento de Timor-Leste, Aniceto Guterres Lopes, e representantes de todos os Estados-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
No final, o cortejo fúnebre seguirá para o Cemitério do Alto de São João com escolta de honra pela Avenida da Índia, Avenida 24 de Julho, Avenida da Ribeira das Naus, Praça do Comércio - momento em que cinco caças F-16 sobrevoam o local - Avenida Infante D. Henrique, Avenida Mouzinho de Albuquerque, Praça Paiva Couceiro e Rua Morais Soares.
A chegada do cortejo fúnebre ao Cemitério do Alto de São João está prevista para as 13h30 e aí a população poderá prestar um último tributo a Jorge Sampaio.
[Notícia atualizada às 13h06]
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