Fernando Nobre, antigo candidato à Presidência da República e fundador da AMI, foi um dos manifestantes que marcou presença no protesto contra a vacinação, que decorreu no passado sábado, dia 11 de setembro, junto à Assembleia da República, em Lisboa. Durante o discurso, que fez nessa circunstância, garantiu que ali se encontrava por um "imperativo de consciência".
Na declaração, que foi colocada na íntegra nas redes sociais, o médico de profissão referiu que "93 a 97%" dos testes PCR "são falsos positivos".
As vacinas contra a Covid-19 foram um dos 'alvos' do fundador da AMI, nomeadamente a forma como se processou a inoculação da população mais nova, à qual o médico se opõe.
"Os jovens dos 12 aos 16 anos serem levados por um pai ou por uma mãe, em tendas com música - e sei lá mais o quê, noutros países há hambúrgueres, noutros países é gelados… Mas o que é que é isso? Isso nunca foi visto em medicina", contestou.
Nobre contou ainda como foi a sua experiência quando esteve infetado com o SARS-CoV-2: "Dia 17 de janeiro deste ano estive doente. Tive Covid na minha casa toda, mas eu estava mais gravemente atingido. Fui parar ao hospital do meu concelho dia 17 de janeiro com 41 graus e uma hipoxia grave de 70%. Grave."
E prosseguiu: "Fiquei sentado numa cadeira das nove da manhã às cinco da tarde. Saí com 95% [hipoxia], já não era mau. [...] E mandam-me para casa com um tratamento de paracetamol. Disse para esse meu colega: 'Vai-me desculpar, mas o senhor nem para meu assistente tem qualidade, porque isso não se trata com paracetamol, ou doliprane, ou ben-u-ron. Isso trata-se como eu me tratei, tratei a minha mulher, tratei a minha filha. Com azitromicina, hidroxicloroquina, ivermectina...' Numa semana, estávamos todos curados".
De recordar que nenhum destes fármacos tem eficácia científica comprovada contra a Covid-19, facto já longamente discutido durante a pandemia.
Também de lembrar que uma dezena de negacionistas da Covid-19, que participaram neste protesto - com o lema 'Pelas nossas crianças - Rumo à Liberdade' -, insultaram Ferro Rodrigues e a mulher quando ambos almoçavam num restaurante. Chamaram ao o presidente da Assembleia da República, segunda figura do Estado, "assassino" e "ordinário".
A Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu um inquérito aos incidentes.
“São inofensivos” pic.twitter.com/rRd0wL9gRh
— Camelo(t) (@BarbaDeCamelo) September 12, 2021
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