Em declarações à imprensa no final de um Conselho Europeu informal celebrado na localidade de Kranj, numa das últimas cimeiras com a participação de Merkel -- que aguarda apenas as negociações para a formação do futuro governo alemão na sequência das eleições de 26 de setembro para deixar a chancelaria -, Costa adiantou que ainda "falta acertar a data" para a deslocação a Berlim, mas considerou "muito gratificante poder aceitar esse convite", destacando todo o percurso da governante alemã ao longo dos últimos 16 anos.
"Obviamente não escondo que todos temos alguma nostalgia antecipada com a saída da chanceler Merkel. É alguém que tem uma experiência única e que levará muitos anos a poder ser preenchida, porque leva muito tempo a passar 16 anos, e em momentos crucias da vida da Europa e em momentos tão diversos da vida da Europa", começou por observar.
Apontando que, "por razão da ordem das presidências", teve "o privilégio de estar sentado ao seu lado durante estes anos", António Costa disse que teve "a oportunidade de aprender muito" com a experiência da chanceler Merkel, saudando também "a forma como ela própria foi refletindo e evoluindo sobre as questões centrais da Europa".
"Não tenho dúvidas nenhumas de que a lição que ela própria retirou da crise anterior foi muito inspiradora para a forma como ajudou a enfrentar de uma forma determinante a crise atual que estamos a viver", comentou.
"Desejo obviamente à próxima chanceler ou ao próximo chanceler alemão as maiores felicidades, estou certo de que dará também um contributo no seu melhor, mas é evidente que quem chega de novo não tem a experiência de quem sai com 16 anos de experiência, isso faz parte da vida. E ao longo destes anos estabelecemos felizmente uma boa relação bilateral no quadro europeu, e é muito gratificante poder aceitar esse convite da chenceler Mekel para ir a Berlim", concluiu.
As eleições de 26 de setembro ditaram uma mudança política na Alemanha, já que os sociais-democratas do SPD, liderados por Olaf Scholz, venceram as eleições com 25,7% dos votos, enquanto a CDU/CSU, 'órfã' de Merkel, registou o pior resultado dos conservadores desde 1949, com 24,1%, seguindo-se os Verdes, com 14,8%, e o FDP, com 11,5%.
Sondagens indicam que a maioria dos alemães quer que os conservadores, agora liderados por Armin Laschet, vão para a oposição.
Olaf Scholz assegurou hoje que tem "um mandato" para formar uma coligação governamental com os Verdes e os liberais do FDP.
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