Os recuperados da Covid-19 que queiram viajar para o estrangeiro já podem tomar a segunda dose da vacina. A norma de vacinação 002/2021, que determina os esquemas vacinais recomendados, foi atualizada pela Direção-Geral da Saúde na sexta-feira e introduz agora a possibilidade de administrar as duas doses a pessoas que recuperaram do vírus.
A inoculação de apenas uma toma aos recuperados estava a causar alguns transtornos nas viagens, uma vez que há países, como o Reino Unido e o Canadá, que não aceitam como vacinação completa a dose única estabelecida em Portugal.
Assim, os residentes em Portugal que tivessem recuperado da SARS-Cov-2 e que se deslocassem a um desses países teriam de cumprir as mesmas regras que os não vacinados, como sujeitar-se a um período de quarentena.
A diretora-geral da Saúde explica que, quem estiver nessa situação, precisa apenas de deslocar-se a um centro de vacinação e explicar que vai viajar.
"Para facilitar a vida a todas as pessoas que necessitem de se deslocar para países onde são exigidas duas doses mesmo às pessoas que se recuperaram, quem necessitar dessa dose dirige-se a um centro de vacinação, diz que vai deslocar-se a um desses países e ser-lhe-á administrada a segunda dose", garantiu Graça Freitas em entrevista à RTP.
Antes, a administração da segunda dose em recuperados que quisessem viajar estava limitada a deslocações "de comprovada urgência ou inadiáveis", como missões humanitárias, de representação diplomática ou por motivos de saúde.
À RTP, a diretora-geral da Saúde admite mesmo ajustes ao calendário de intervalo recomendado entre as doses no caso de viagens urgentes.
Recorde-se que, ainda assim, em grande parte dos países europeus, as autoridades de saúde consideram, tal como em Portugal, que o esquema vacinal de quem esteve infetado com Covid-19 fica completo com apenas uma dose.
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