A mãe da menina agredida por uma funcionária da Creche do Pombal, em Oeiras, afirmou, em entrevista ao programa 'Casa Feliz', da SIC, que está "chocada" com o que aconteceu e que vai despedir-se do trabalho para cuidar da filha.
"Nós ficámos bastante chocados. Estamos claramente com muita falta de confiança nas creches. Não tenho capacidade de conseguir voltar a confiar em alguém para tomar conta da minha filha. E, portanto, vou ser eu a tomar conta dela a partir de hoje", contou Soraia Dias.
Questionada pelo jornalista se isso colocaria a família em dificuldades, a mulher admitiu que sim, mas que prefere isso a colocar a filha novamente em risco.
"Vou abdicar de trabalhar. Vou ter de passar dificuldades, mas prefiro do que estar a expor a minha filha a algum risco de situação destas. Não quero que ela corra esse risco novamente", explicou.
Sobre os efeitos do comportamento violento da auxiliar de ação educativa, que trabalhava na creche há 12 anos, na filha, Soraia disse que esta encontra-se "bastante cabisbaixa" e que acorda "umas dez vezes por noite".
"Está a precisar de muito miminho, muito aconchego, muito amor, e é isso que eu tenho feito. Tem estado mais carente, menos responsiva e tem interagido menos com o âmbito social lá em casa, com o irmão, com o avô. Não me quer largar, quer estar sempre agarrada a mim", revelou.
Soraia Dias garantiu ainda, durante a mesma entrevista, que teve conhecimento da situação pelas 22h30 de domingo, por email, e que só soube que se tratava da filha no dia de manhã quando a ia levar à creche.
"Eu tive conhecimento da situação por e-mail geral aos pais, no domingo à noite, por volta das 22h30. Tentei procurar o vídeo na internet e não encontrei, mas fiquei extremamente preocupada, mesmo sem saber que era a minha filha. Chegámos à escola, estavam as educadoras e as diretoras à nossa espera, pensei que fosse mais um procedimento para explicar o que aconteceu, quando me dizem que foi com a minha menina", clarificou.
Confrontada com um segundo vídeo, que mostra uma outra funcionária a entrar na sala onde Julieta estava a ser obrigada a comer a sopa de forma violenta, Soraia afiança que na creche garantiram que ninguém tinha assistido à cena.
Perante isso, a mãe da menina deixa um alerta aos pais: "Não confiem totalmente, porque nós nunca sabemos o que se está a passar com os nossos filhos até vermos com os nossos olhos. É importante lutar para que as creches tenham videovigilância para conseguirmos ver o que se está a passar com eles através de uma aplicação de telemóvel. Acho que é o mínimo para ficarmos sossegadas, não há outra forma sem ser visualizar o que está a acontece".
Recorde-se que a funcionária em questão foi constituída arguida por alegados maus-tratos contra a criança de 14 meses.
Leia Também: Oeiras. Funcionária da Creche do Pombal filmada a agredir criança